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18/Nov/2019

Cana: plantio com semente artificial é alternativa

Em 2019, um plantio de cana diferente vem ocorrendo no universo canavieiro. Não é com cana inteira, tolete, microtolete ou muda pré-brotada, mas com semente, não aquela original, pequenininha que se encontra no pendão, na flor da cana, mas uma semente artificial, o Emerald, desenvolvida pela Syngenta. A movimentação da operação de plantio se resume a um caminhão-prancha carregando um trator já acoplado a uma plantadora, mais as sementes Emerald. Trator e plantadora são descarregados, a plantadora recebe as sementes e o plantio começa. A plantadora tem um 1/3 do tamanho de uma plantadora convencional e o dobro da velocidade, planta 1 hectare por hora. O plantio, em duas linhas, acontece de forma bem uniforme.

A máquina é georreferenciada, vem com tecnologia embarcada, que possibilita, por exemplo, contar quantas sementes são depositadas no solo. Uma operação de pouca complexidade, mas, justamente por isso, de grande significado, pois imprime uma nova era na cultura canavieira: o plantio de cana de forma simples, leve, mais veloz, com estrutura reduzida e com uma semente com alta sanidade. Mas essa, que talvez figure, até, então, como a maior inovação da agroindústria canavieira, pois muda uma tradição de 500 anos, não surgiu do dia para noite, é fruto de anos e anos de pesquisa. Segundo Leandro Amaral, diretor Unidade de Negócios Cana – Syngenta Seeds, simplificar o plantio de cana é um sonho antigo da empresa.

As pesquisas iniciais levaram ao lançamento em 2008/2009 do Plene, um microtolete de cana com alta sanidade. Não deu certo como a empresa imaginava. Mas, por outro lado, abriu a possibilidade de que poderia se plantar cana de outra forma. E inspirou outras empresas e entidades de pesquisa, a inovar, por exemplo, o Plene impulsionou o Instituto Agronômico (IAC) a desenvolver a muda pré-brotada (MPB), uma importante inovação do setor. Mesmo com o insucesso do Plene, a Syngenta nunca perdeu a visão, o propósito de plantar cana como se planta grãos. As pesquisas continuaram, a empresa se cercou de um conselho de clientes, formado por 20 grupos sucroenergéticos, que há 10 anos colabora com sugestões e análises. Diretores e donos de usinas ajudaram muito nesse processo.

Foi aí que a empresa chegou ao Emerald, uma tecnologia completamente diferente do Plene. O Plene tinha um material oriundo da biofábrica, de altíssima qualidade. Crescia como uma cana de viveiro, cortava os toletes, fazia tratamento de produtos químicos e plantava como se fosse semente. No Emerald o material cresce na biofábrica em ambiente controlado e depois esse tecido vegetativo é trabalhado industrialmente, encapsulado, recebe tratamentos químicos, hormônios e cera. Essa é a semente artificial. Princípios diferentes: um pedaço do tolete de cana e outro um tecido vegetativo crescido e multiplicado muitas vezes, industrializado que pode plantar de forma muito mais simples. Fonte: Cana Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.