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21/Jun/2019

Etanol: RenovaBio será a saída para crise do setor

Um dos slides mais comuns nas apresentações no Ethanol Summit, realizado esta semana em São Paulo, retratava a estagnação da moagem de cana-de-açúcar pelas usinas do Centro-Sul do Brasil nesta década. Desde a safra 2010/2011, a região processa em torno de 600 milhões de toneladas da cultura. As variações, para cima ou para baixo, são causadas por excesso ou falta de chuva nos canaviais. Retrato de uma crise iniciada em 2008 no mercado global, seguida pelo impacto no etanol do controle dos preços internos da gasolina e pela volatilidade do açúcar. Uma saída para a crise se chama RenovaBio. A nova política nacional de biocombustíveis caminha dentro do cronograma e deve entrar em vigência em 2020.

O governo acredita que em três anos o RenovaBio estará totalmente implementado, com o mercado dos Créditos de Descarbonização (CBIOs). Os papéis representarão a redução de emissões das produtoras do biocombustível e serão negociados pelas usinas, que, teoricamente, utilizarão os recursos para retomar investimentos e um novo ciclo de crescimento. "Acho que é um programa interessante, inteligente, vai a favor da agenda mundial. É uma questão de começar. Vão ajustando a máquina, os sistemas diferentes". As palavras, de Rubens Ometto, maior empresário mundial do setor, refletem a cautela dos produtores com o RenovaBio. Ainda falta uma série de detalhes para o início do projeto e, como estamos no Brasil, algo sempre pode dar errado.

Além disso, e especialmente nesse setor, qualquer nova política passa por um período de aprendizado para dar certo, ou não. Enquanto a indústria canavieira engatinha para sair da crise, a processadora de milho anuncia investimentos bilionários para a produção do mesmo etanol, no Centro-Oeste do Brasil. São sete usinas novas, com capacidade de produção de grandes volumes do biocombustível a partir do grão. Uma solução caseira e rentável para escoar e agregar valor ao milho nessa região carente de logística. É de se esperar, no entanto, que a euforia pelo etanol de milho não seja exagerada e que os investimentos previstos não se transformem em um excesso de oferta do biocombustível. Cautela agora é melhor do que uma crise no futuro. Fonte: Gustavo Porto. Agência Estado.