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17/Oct/2025

Tarifaço pode prejudicar os produtores brasileiros

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) alertou que o tarifaço dos Estados Unidos pode começar a causar impacto direto nos produtores, caso o impasse comercial não seja resolvido em breve. As compras norte-americanas já recuaram 56% em agosto e 53% em setembro, e os Estados Unidos caíram para a terceira posição entre os destinos do café brasileiro, atrás de Alemanha e Itália. A tarifa de 50% foi imposta em um momento delicado para o setor. O Brasil enfrenta quatro anos seguidos sem uma safra cheia, por causa do clima, e tem hoje uma oferta cerca de 20% menor que em 2024. Quando o tarifaço foi anunciado, o café arábica negociado na Bolsa de Nova York estava em 284,00 centavos de dólar por libra-peso. Hoje, está perto de 400,00 centavos de dólar por libra-peso, o que representa uma alta de 45%.

Com mais 50% de tarifa, o produto brasileiro praticamente sai do mercado. O Brasil responde por 40% da produção mundial de café e que cerca de 78% dos produtores estão no Pronaf, programa federal que financia a agricultura familiar. A cafeicultura nacional preserva área equivalente a 1,25 vez o tamanho da Suíça, acima do que exige o Código Florestal. Graças à Embrapa, o Brasil demonstra que a cafeicultura preserva mais do que a lei exige. Cada dólar importado pelos Estados Unidos em café verde gera US$ 43,00 na economia norte-americana, 2,2 milhões de empregos e 1,2% do PIB do país.

US$ 1,00 para US$ 43,00 é um número que faz refletir: o Brasil precisa agregar mais valor internamente. O Brasil é a fazenda do mundo e precisa ser também o supermercado do mundo. A entidade defendeu o avanço na industrialização do grão. Ressalta-se também o trabalho do Cecafé na adequação às normas europeias de desmatamento. A entidade monitora 260 mil cafeicultores com protocolo nacional baseado em dados públicos e oficiais. Foi criado um protocolo junto com outras cadeias do agro e é aí que a Embrapa entra, fortalecendo as bases para comprovar rastreabilidade e sustentabilidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.