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16/Oct/2025

Clima e tarifaço são fatores críticos para os preços

Segundo a StoneX, o clima no Brasil e as tarifas norte-americanas sobre o café brasileiro são os principais fatores que devem ditar o comportamento dos preços da commodity no último trimestre do ano. É um momento crítico para a definição do potencial da safra 2026. Se o desenvolvimento for adequado e as estimativas apontarem para uma safra capaz de recompor estoques, isso seria baixista. Qualquer frustração nesse potencial seria altista. O café arábica acumula alta de 17,2% em 2025 na Bolsa de Nova York, enquanto o robusta registra queda de 13,8% na Bolsa de Londres. Apesar dos preços elevados desde 2020, a produção global não acompanhou esse movimento por causa das adversidades climáticas. Houve grandes investimentos na produção de café no Brasil e no mundo, mas o clima vem atrapalhando essa expansão. Para a safra brasileira 2025/2026, a StoneX projeta produção total de 62,3 milhões de sacas de 60 Kg, com queda de 18,4% no arábica (36,5 milhões de sacas de 60 Kg) e aumento de 22% no robusta (25,8 milhões de sacas de 60 Kg).

Uma geada entre os dias 10 e 12 de agosto no Cerrado Mineiro (MG) causou perdas de 424 mil sacas de 60 Kg e possível morte de botões florais em algumas áreas. Nas regiões de robusta, a florada já ocorreu, mas com condições irregulares no norte do Espírito Santo. Houve algum sinal de perda de flores em áreas com regime hídrico menos uniforme. Além disso, lavouras que produziram muito em 2025 perderam naturalmente parte do potencial para 2026. O balanço global 2025/2026 projeta produção praticamente estagnada em 166 milhões de sacas de 60 Kg, mas com queda de 3% no consumo, para 166,2 milhões de sacas de 60 Kg. Há evidências claras de que o consumo está sofrendo com os preços elevados. No Brasil, as vendas no varejo caíram 5,4% nos primeiros oito meses do ano. Apesar disso, o excedente previsto é de apenas 400 mil sacas de 60 Kg, mantendo os estoques globais apertados em 36,9 milhões de sacas de 60 Kg. Sobre a tarifa norte-americana de 50% sobre o café brasileiro, o destaque é o impacto nas rotas comerciais.

Em agosto, as exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram 46,5%, enquanto para a Colômbia subiram 578% e para o México, 90%. Em setembro, a queda para os Estados Unidos foi de 53%, com a Colômbia elevando compras em 568%. A inflação do café nos Estados Unidos avançou 5,44% só em agosto, primeiro mês das tarifas. As tarifas são altistas para os preços porque provocam escassez no mercado norte-americano, com referência de preços na Bolsa de Nova York. Se as tarifas forem retiradas ou reduzidas, isso seria baixista. A manutenção delas vai gerar uma reordenação nas rotas comerciais, com o Brasil perdendo market share nos Estados Unidos, mas ganhando em outros mercados. Para os próximos meses, a expectativa é de volumes substanciais de chuva no Brasil, o que traz perspectiva favorável para a florada. No entanto, há risco de secas repentinas sob efeito de La Niña. O clima adequado precisa ser contínuo até fevereiro, porque existem várias etapas críticas de desenvolvimento. A StoneX divulgará em novembro a primeira estimativa oficial para a safra brasileira de café de 2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.