17/Sep/2025

O volume de café exportado pelo Brasil neste começo de safra 2025/2026 (julho e agosto) está bastante limitado. O fraco desempenho na quantidade escoada está atrelado sobretudo ao menor volume colhido na atual temporada nacional e, em partes, aos efeitos da sobretaxa imposta pelos Estados Unidos. Por outro lado, diante dos preços médios em dólar mais elevados, a receita obtida com as vendas externas nestes primeiros meses da safra 2025/2026 é recorde para o período.

Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) apontam que, de julho a agosto de 2025, o Brasil exportou 5,89 milhões de sacas de 60 Kg, queda de 22,3% frente ao mesmo período da safra anterior, ou 1,695 milhão de sacas de 60 Kg a menos. Trata-se, também, do menor volume embarcado desde a safra 2022/2023. A receita nesse período somou US$ 2,14 bilhões, sendo quase 12% acima da registrada em julho e agosto do ano passado, resultado do expressivo aumento de 44,5% no preço da saca de 60 Kg do café, que esteve em US$ 364,08 por saca de 60 Kg na média da parcial da safra.

Ressalta-se que, apesar desse avanço, o valor pago pelo grão brasileiro está abaixo do registrado no começo de 2025, quando o café chegou a ser exportado acima de US$ 400,00 por saca de 60 Kg. Com a diminuição nos embarques aos Estados Unidos, por conta, dentre outros fatores, da sobretaxa, em agosto, a Alemanha passou a ser o principal destino do café brasileiro, deixando o mercado norte-americano na segunda posição.

Outro motivo que pode estar limitando os embarques brasileiros de café nesta temporada é a forte retração de vendedores. Mesmo nos momentos de forte valorização do café, as negociações seguem bastante restritas. Muitos produtores, apesar dos preços atrativos, priorizam a entrega de contratos já firmados, sem interesse de operar no spot. Além disso, há relatos de que o beneficiamento da safra não atingiu as expectativas, o que pode reforçar a baixa oferta. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.