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16/Sep/2025

Café Solúvel: exportação recua na parcial de 2025

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), a exportação brasileira de café solúvel alcançou o equivalente a 2,508 milhões de sacas de 60 Kg, de janeiro a agosto, para 88 países, volume 3,9% inferior ao registrado nos oito primeiros meses de 2024 (2,610 milhões de sacas de 60 Kg). Esse desempenho já tem impacto do tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos para a entrada do produto nacional no país. Em receita cambial, contudo, o desempenho é positivo, com o ingresso de US$ 760,776 milhões sendo 33% superior ao montante aferido entre janeiro e agosto de 2024 (US$ 572,130 milhões). Quando se analisa os valores, é possível notar que o crescimento se deve aos elevados preços do café como um todo, inclusive do solúvel, no mercado internacional, o que faz crer que há possibilidade de superar US$ 1 bilhão em 2025, ultrapassando os US$ 950 milhões do ano passado e estabelecendo uma nova marca histórica.

Após a entrada em vigência do tarifaço de 50% imposto pelo governo norte-americano ao café solúvel brasileiro a ser exportado para os Estados Unidos, os embarques do produto nacional ao país, em agosto, despencaram 59,9% na comparação com o mesmo mês de 2024 e 50,1% em relação a julho deste ano, somando o equivalente a apenas 26.460 sacas de 60 Kg. Essa queda brusca é muito preocupante e frustra a expectativa de quebrar novo recorde nas exportações de café solúvel em 2025, superando os 4,093 milhões de sacas de 60 Kg do ano passado. A entidade, em parceria com os representantes dos demais segmentos da cadeia produtiva, como o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), por exemplo, continua trabalhando em estratégias conjuntas com as autoridades brasileiras e os clientes nos Estados Unidos. Além do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, os cafés solúveis brasileiros ainda sofrem com tarifas aplicadas por várias nações. O Brasil é um país de poucos acordos comerciais e isso dificulta a competitividade.

É fundamental que o governo brasileiro seja mais agressivo em fechar esses acordos para proporcionar que as indústrias possam ampliar seus negócios, gerar mais receita aos cofres do País e permitir que permanecer na liderança do segmento. De acordo com os dados da plataforma Abics Data, apesar da queda motivada pelo tarifaço em agosto, os Estados Unidos ainda lideram o ranking dos principais parceiros comerciais dos cafés solúveis do Brasil no acumulado de 2025, com a importação de 443.179 sacas de 60 Kg, volume 3,7% menor do que o adquirido nos mesmos oito meses de 2024. Fechando o top 3, aparecem Argentina, com 236.454 sacas de 60 Kg (+88,3%), e Rússia, com 188.041 sacas de 60 Kg (+16,8%). Entre os principais destinos do café solúvel brasileiro neste ano, chamam a atenção a Colômbia, com importação de 82,7 mil sacas de 60 Kg; Vietnã, com 72,4 mil sacas de 60 Kg; e Malásia, com 68,8 mil sacas de 60 Kg, que também são países produtores de café em grão e solúvel e passam a figurar no top 15 do ranking. Os brasileiros consumiram 17,623 mil toneladas (o equivalente a 763.645 sacas de 60 Kg) de café solúvel no acumulado entre janeiro e o fim de agosto de 2025, apresentando um crescimento de 4,7% na comparação com o mesmo intervalo de oito meses em 2024.

Por tipo de produto consumido, observa-se um avanço de 11,3% no freeze dried (liofilizado), para 2,036 mil toneladas, e de 3,9% no spray dried (em pó), a 15,586 mil toneladas. O consumo de todos os tipos de café solúvel importado (já incluídos no compilado total de spray e freeze dried) também apresentou elevação, de 30,7%. O mercado interno continua respondendo muito positivamente aos investimentos que os industriais brasileiros vêm realizando para otimizar, ainda mais, a qualidade e apresentar novos produtos, ampliando o leque de diversidade. Aliam-se a isso a praticidade de preparo e o fato de o café solúvel ter preços mais acessíveis que os demais em um período de cotações elevadas. Bruno Giestas, diretor comercial da Realcafé, assumiu interinamente a presidência da Abics, neste mês de setembro, sucedendo o até então presidente Fabio Sato, que se aposentou. Ele exercerá a função até abril de 2026, quando será realizada eleição para a definição da nova diretoria da entidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.