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16/Sep/2025

Cafés Especiais: forte queda na exportação aos EUA

Segundo informou a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), com base em dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a exportação brasileira de café especial aos Estados Unidos despencou no mês de agosto, após a entrada em vigência do tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump sobre o produto a ser exportado aos Estados Unidos. O Brasil remeteu no mês passado 21.679 sacas de 60 Kg desses cafés diferenciados aos norte-americanos, representando queda de 79,5% na comparação com o mesmo mês de 2024 e de 69,6% ante julho deste ano. Os Estados Unidos lideraram o ranking mensal deste ano como principais importadores dos cafés especiais brasileiros até agosto, tanto que ainda são o maior destino do produto no acumulado de 2025. Entretanto, no mês passado, os norte-americanos desceram ao sexto lugar na tabela, atrás de Holanda, com 62.004 sacas de 60 Kg; Alemanha, com 50.463 sacas de 60 Kg; Bélgica, com 46.931 sacas de 60 Kg; Itália, com 39.905 sacas de 60 Kg; e Suécia, com 29.313 sacas de 60 Kg.

Muitos contratos que haviam sido assinados vêm sendo suspensos, cancelados ou adiados, a pedido dos importadores norte-americanos, uma vez que a taxação de 50% sobre os cafés especiais brasileiros torna praticamente inviável a realização desses negócios, por causa dos preços extremamente elevados, o que justifica essa queda expressiva no desempenho das exportações aos Estados Unidos. O impacto do tarifaço não será sentido somente por produtores, exportadores e demais elos da cadeia produtiva brasileira, mas, principalmente, pelos consumidores norte-americanos. Já se observa elevação no preço do café à população norte-americana, gerando inflação à economia do país. Isso afetará o maior mercado consumidor global, que é o principal parceiro dos cafés do Brasil, podendo fazer ruir parte dessa estrutura madura e consolidada, a qual foi edificada com alto custo e esforço dos diferentes elos da indústria cafeeira de Brasil e Estados Unidos. O setor trabalhou intensamente na estruturação da cadeia de suprimento de todo esse mercado e, com esse cenário mantido, será preciso empenhar novos e enormes custos e esforços para voltar a vender nos níveis de até então aos Estados Unidos.

A BSCA comentou que é vital que o Poder Executivo brasileiro faça o trabalho de aproximação e abra diálogo com o governo norte-americano, em especial após ordem executiva assinada no dia 5 de setembro, que informa que as tarifas recíprocas de importações consideradas estratégicas podem ser reduzidas a zero, desde que os países tenham compromissos firmados em acordos comerciais com os Estados Unidos e que isso atenda aos interesses norte-americanos e à emergência declarada pelo governo local. É crucial que o setor privado, representado por todas as entidades de classe, mantenha as conversas com os parceiros industriais e importadores nos Estados Unidos e o Departamento de Estado norte-americano, assim como o governo brasileiro precisa abrir, de fato, negociações com a gestão Trump para encontrar uma solução, por meio do diálogo, para o restabelecimento do fluxo do comércio do café, em condições justas, entre Brasil e Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.