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09/Sep/2025

Preços do arábica disparam na Bolsa de Nova York

O Itaú BBA projeta a safra brasileira de café 2025/2026 em 62,8 milhões de sacas de 60 Kg, ante 65 milhões de sacas de 60 Kg previstas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e 55,20 milhões de sacas de 60 Kg estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A projeção reduz o superávit global para 7 milhões de sacas de 60 Kg, lembrando que a produção dos demais países ainda não está definida. A conclusão da colheita de 2025/2026 no Brasil confirmou que a produção de arábica foi ainda menor que a da safra anterior, por causa do baixo rendimento dos grãos após o beneficiamento. Adotando como base os dados de oferta e demanda do USDA, a produção deve ser de 38,7 milhões de sacas de 60 Kg de arábica, número 11,5% inferior ao da temporada anterior e 2,2 milhões abaixo da estimativa oficial do USDA, que é de 40,9 milhões de sacas de 60 Kg.

Para o robusta, a projeção foi mantida em 24,1 milhões de sacas de 60 Kg. Os preços de café dispararam em agosto, com valorização de 40% para o arábica na Bolsa de Nova York e de 50% para o robusta na Bolsa de Londres. Diversos fatores contribuíram para essa virada, e vale retomar a sequência dos acontecimentos que deram origem ao movimento. No dia 30 de julho, o governo norte-americano anunciou a elevação das tarifas sobre as exportações brasileiras de 10% para 50%. O café ficou de fora da lista de exceções, contrariando expectativas de que, pela importância do Brasil como maior fornecedor global de arábica e pela ausência de outro exportador em escala, haveria isenção. A decisão inaugurou um período de forte incerteza nos negócios envolvendo o maior exportador e o maior consumidor mundial de café.

Em seguida, nos dias 10 e 11 de agosto, episódios de geadas atingiram o Cerrado Mineiro (MG). Embora menos intensas e abrangentes do que as ocorridas em 2021, essas geadas provocaram perdas regionais significativas. Estimativas preliminares da Expocaccer apontam a redução de pouco mais de 400 mil sacas de 60 Kg para a safra do próximo ano, o que corresponde a 5,5% da produção potencial da região. Outro ponto que merece destaque é o desempenho relativamente fraco das exportações brasileiras no início do ano safra 2025/2026. Esse resultado coincidiu com a entressafra do Vietnã, maior produtor de robusta, retardando a recomposição de estoques nos países consumidores justamente no momento em que o Hemisfério Norte se prepara para o inverno, período em que a demanda tende a se intensificar.

Nos Estados Unidos, a incerteza em relação às tarifas tem levado importadores a adiarem compras do Brasil ou a limitarem aquisições ao mínimo necessário, ao mesmo tempo em que buscam alternativas em outros fornecedores. Porém, à medida que os estoques se reduzem, a pressão sobre os preços na Bolsa de Nova York aumenta. A disparada dos preços na Bolsa de Nova York em agosto não foi acompanhada por um aumento expressivo das posições compradas dos fundos não comerciais. Esse comportamento sugere que o mercado físico está puxando os preços, reforçando a leitura de que os fundamentos de oferta e demanda têm sustentado a alta. Embora não se descarte a possibilidade de correções no curto prazo, a força vinda dos fundamentos confere um viés altista ao mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.