27/Aug/2025
A colheita do café arábica está praticamente finalizada e os preços registram forte avanço, embora em ritmo abaixo do observado para o robusta. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, registra alta de 16% (ou R$ 315,02 por saca de 60 Kg) nos últimos sete dias, cotado a R$ 2.287,56 por saca de 60 Kg. No acumulado da parcial do mês, o aumento é de 26,25%. São diversos os fatores que têm elevado os preços do café no Brasil, mas o principal é o estoque bastante ajustado. Ressalta-se que o término da colheita do arábica evidenciou perdas no beneficiamento e o limitado volume de produção no Brasil. Além disso, o tarifaço dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras de café segue trazendo volatilidade ao mercado nacional.
Desde julho, a expectativa de que o grão possa ser retirado da taxação extra tem levado compradores e vendedores ligados ao mercado norte-americano a adotarem uma postura mais cautelosa. Assim, as incertezas do mercado deixam lentas as negociações no spot nacional. Diante das recentes altas, muitos produtores optam por segurar o café, aguardando preços ainda mais atrativos. Os demandantes têm atuado de forma pontual, adquirindo apenas quando há maior necessidade e à espera de uma definição mais clara do cenário. É importante mencionar que a forte valorização do café deve trazer uma colaboração bastante importante para a condução da próxima safra. Com o fim da colheita, os produtores já se organizam para a aquisição dos fertilizantes que serão utilizados entre setembro e outubro, com o retorno das chuvas. E, mesmo com a recente valorização dos fertilizantes, o poder de compra do produtor de arábica melhorou neste mês frente ao mesmo período da safra anterior.
Em termos reais, o preço do adubo 20-00-20, utilizado na cobertura das lavouras, está aproximadamente 18% mais caro em agosto de 2025 frente ao mesmo mês do ano passado. Nas regiões do Cerrado de Minas Gerais e da Mogiana Paulista, a média de negociação do arábica está 56% acima da registrada há um ano, fazendo com que o produtor precise, atualmente, de 1,11 saca de 60 Kg de café para adquirir 1 tonelada do adubo, contra 1,48 saca de 60 Kg de café em agosto de 2024. Ou seja, este pode ser um bom momento para a compra de insumos destinados ao tratamento da safra 2026/2027. Na Bolsa de Nova York, o contrato Dezembro/2025 registra elevação de 12,4% nos últimos sete dias, passando para 377,75 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.