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07/Aug/2025

Café continua na mesa de negociação com os EUA

O café foi um dos primeiros setores a dizer que seguiria na mesa de negociações com seus pares nos Estados Unidos, diante do tarifaço de Donald Trump. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o produto brasileiro representa uma fatia superior a 30% do mercado norte-americano, sendo que o Brasil é o principal fornecedor do insumo aos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, os exportadores têm avançado em outros mercados. A China habilitou 183 novas empresas brasileiras de café a exportar o produto para o país no mesmo dia em que os Estados Unidos assinaram a ordem que oficializou o tarifaço contra o Brasil.

Apesar de os chineses não serem grandes tomadores de café, há uma tendência de crescimento no consumo naquele país. Além das negociações por vias tradicionais, a carne tem contado com o apoio de pequenos consumidores. Na segunda-feira (04/08), a Associação Nacional de Restaurantes dos Estados Unidos, que representa 500 mil estabelecimentos no país, pediu isenção de tarifas para produtos como o café e a carne brasileiros para não afetar o custo e a disponibilidade de produtos nos estabelecimentos. Além disso, parte das vendas aos Estados Unidos que já diminuíram em função das tarifas de 10% impostas em abril estão indo para outros mercados.

O volume de compras do México, por exemplo, aumentou 420% de janeiro a junho em relação ao mesmo período do ano passado, de 3,1 mil para 16,1 mil toneladas. A China, responsável por quase metade das exportações brasileiras, também aumentou o volume de compras. Ao todo, foram 134 mil toneladas em junho, ou US$ 740 milhões. O crescimento em relação a janeiro foi de 64%. No setor de açúcar, algumas empresas têm dito que será difícil manter a operação, como a Native. Porém, as negociações continuam. O Brasil é tradicionalmente responsável por 150 mil toneladas da cota de açúcar bruto com isenção tarifária concedida pelos Estados Unidos, volume que costuma ser ampliado anualmente para cerca de 200 mil a 220 mil toneladas.

Como o Brasil sempre cumpre prazos e tem oferta, os Estados Unidos aciona o Brasil quando outros países não conseguem embarcar, afirma a Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio). A cota total dos Estados Unidos hoje é de cerca de 1,1 milhão de toneladas, dividida entre 39 países, com a República Dominicana no topo. No setor calçadista, o tarifaço deve inviabilizar a venda para o mercado norte-americano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). O país é o principal destino dos produtos brasileiros. Há empresas cuja produção é integralmente enviada ao mercado externo, a maior parte para os Estados Unidos.

Essas empresas terão produtos muito mais caros do que os importados da China, por exemplo, que pagam uma sobretaxa de 30%. A Abicalçados estima a perda de 8 mil empregos diretos. Para mitigar os efeitos dessa medida na indústria, a entidade defende que o poder público implemente linhas para cobrir o Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) em dólar com juros do mercado externo; a ampliação do Reintegra para exportadores; a liberação imediata de créditos acumulados do ICMS; e a reedição do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.