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06/Aug/2025

Setor cafeeiro aposta em reversão da tarifa dos EUA

A imposição de uma tarifa adicional de 50% sobre as exportações brasileiras de café aos Estados Unidos segue como tema central nas discussões do setor. Diferentemente de outros bens estratégicos que obtiveram recente isenção, como o suco de laranja, o café segue sobretaxado pelo governo norte-americano. O Brasil é responsável por fornecer cerca de 25% do café importado pelos Estados Unidos e é o principal fornecedor da variedade arábica, insumo base para a indústria local de torrefação. Assim, a manutenção da tarifa sobre o café tem gerado forte apreensão entre os torrefadores norte-americanos e entre os agentes da cadeia produtiva brasileira. Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram que 16,1% do volume de café brasileiro exportado em 2024 teve os Estados Unidos como destino.

Embora haja amplo reconhecimento técnico e político de que o café brasileiro não representa risco à indústria agrícola local dos Estados Unidos, tampouco compromete seu balanço comercial, o fato de o produto ainda constar dentre os tarifados indica que a decisão possui forte componente geopolítico e negocial. Nesse sentido, a possibilidade de isenção permanece em aberto, condicionada à evolução das tratativas diplomáticas entre os dois países, bem como ao andamento de iniciativas parlamentares internas nos Estados Unidos, que já vêm manifestando apoio à retirada do café da lista de produtos sujeitos à sobretaxa. Agentes de mercado destacam que a taxação ainda não é um fato consumado, havendo expectativa de que uma definição mais clara ocorra nos próximos dias. Considerando que a medida entra em vigor no dia 6 de agosto, o setor mantém esperanças de que um possível anúncio de isenção ao café possa ser formalizado em breve.

A expectativa é reforçada pela pressão exercida por empresas norte-americanas interessadas na manutenção do suprimento regular de cafés brasileiros, insumo essencial na composição de blends industriais. Caso a tarifa seja mantida, o Brasil deverá buscar alternativas de escoamento da produção, com ênfase na diversificação de mercados compradores. Nesse contexto, destaca-se a recente habilitação de 183 empresas brasileiras para exportação de café à China, conforme autorização emitida em 30 de julho pela Administração-Geral das Alfândegas da China (GACC). A China é um mercado em expansão, mas seu desempenho ainda é volátil. Em 2024, o Brasil exportou cerca de 939 mil sacas de 60 Kg ao país asiático, volume 2,5 vezes superior ao registrado em 2022, mas 33% inferior ao de 2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.