01/Aug/2025
O café deverá ser a próxima "boa notícia" do tarifaço dos Estados Unidos, na avaliação de negociadores, exportadores e importadores. O grão ficou de fora da lista de exceção da sanção de 40% anunciada inicialmente pelo presidente Donald Trump e poderia ser sobretaxado em 50% a partir da semana que vem, somando-se os 10% anunciados no Liberation Day, em 2 de abril. Assessores de Trump sinalizaram a empresários norte-americanos que o anúncio sobre a retirada do café das sobretaxas adicionais deve ser feito nesta sexta-feira (1º/08). O otimismo vem sendo crescente desde que o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, reconheceu que o país pode reconsiderar e isentar bens que não são cultivados no país, como café, cacau, abacaxi e manga. Havia a percepção de que poderia já ter sido contemplado na lista, mas depois do “balde de água fria”, um novo cenário passou a ser desenhado.
A surpresa com o fato de o café ter ficado fora da lista alcançou até mesmo diferentes níveis do governo norte-americano e os processadores locais. A medida, portanto, não seria direcionada ao Brasil, mas estaria dentro de uma cesta de itens de difícil produção nos Estados Unidos e que valeria para outros mercados exportadores. A decisão deve vir por meio de uma publicação voltada a recursos naturais não disponíveis no país. A estratégia foi repassada por secretários do governo norte-americano e assessores da Casa Branca a empresários locais. O secretário Lutnick antecipou a possibilidade de isenção de tarifas antes mesmo de finalizar as negociações com os países. Uma coisa não exclui a outra. O café é tido como um dos produtos mais sensíveis para a economia norte-americana. O país é o principal consumidor da bebida com 25,5 milhões de sacas e 76% dos americanos consumindo café.
O Brasil, por sua vez, é o principal fornecedor do grão aos Estados Unidos, respondendo por 33% de tudo que é consumido pelo país, o equivalente a 8,1 milhões de sacas de 60 Kg por ano. A pressão para retirada do café da lista de sobretaxas é reforçada pela própria indústria americana. A National Coffee Association (NCA) conduz as tratativas com o governo local. A NCA pediu formalmente ao governo norte-americano na semana passada para o café ser excluído das tarifas, independentemente da origem. As conversas seguem após os anúncios envolvendo o Brasil. Estima-se que a indústria do café gera 2,2 milhões de empregos e US$ 343 bilhões na economia norte-americana. Entre os apelos levados pelos exportadores e importadores está o potencial impacto da tarifa no encarecimento do café da manhã americano e, consequentemente, na inflação doméstica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.