01/Aug/2025
A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) afirmou que ainda há espaço para negociação antes da entrada em vigor das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, cuja aplicação entrará em vigor em 6 de agosto. O setor acompanha com atenção o processo, após a assinatura de uma ordem executiva pelo governo norte-americano que prevê sobretaxa adicional de 40% a produtos brasileiros, além dos 10% aplicados em abril, somando 50%. Havia uma previsibilidade de o tarifaço ser iniciado nesta sexta-feira, dia 1 º de agosto. Com a ordem executiva, o prazo para entrada em vigor das tarifas, é colocado para 6 de agosto. Em uma mesa de negociação, todo tempo ganho é válido. Apesar de o café ainda não figurar entre os produtos isentos da medida, a Abic avalia que as negociações estão longe de serem finalizadas, ao contrário, seguem em curso.
A entidade ressalta a importância do mercado norte-americano para os produtores brasileiros, mas também lembra o peso do café brasileiro na economia dos Estados Unidos. Os cafés do Brasil representam cerca de 34% do mercado de café dos Estados Unidos, país em que 76% da população consome a bebida regularmente. A Abic acredita que há precedente para reversões tarifárias e que a existência de uma lista de exceções demonstra espaço para avanço nas tratativas. A entidade também reforça que está em articulação constante com autoridades brasileiras, como ministros, senadores e o Itamaraty, além de manter contato com representantes norte-americanos.
A Abic seguirá colaborando com as autoridades, confiando na diplomacia brasileira, tomando as medidas possíveis juntos aos atores envolvidos e apostando na força econômica e social do café para os Estados Unidos. A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) se disse preocupada após a confirmação de que os cafés especiais do Brasil serão taxados em 50%. A BSCA reitera a necessidade de diálogo na tentativa de reverter a taxação apresentada ao produto, de forma que sejam preservados empregos, renda e uma parceria construída ao longo de décadas entre os atores das duas nações. Os Estados Unidos são o principal mercado importador dos cafés especiais do Brasil, com aproximadamente 2 milhões de sacas de 60 Kg e receita superior a US$ 550 milhões ao ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.