23/Jul/2025

Segundo o Rabobank, o mercado de café elevou a volatilidade após o anúncio da tarifa de 50% dos Estados Unidos para os produtos importados do Brasil, possivelmente com o aumento da demanda para outras origens. Ainda é cedo para se avaliar os impactos de longo prazo, que dependerão da implementação e duração da tarifa. A medida pode alterar os fluxos globais do comércio de café, afetando produtores, exportadores e consumidores. Exportadores e importadores aguardam definições. Ainda não foi observado cancelamento de contratos, mas também não foram registradas novas compras. No entanto, a demanda nos Estados Unidos também preocupa: mesmo com o recente recuo nos preços, o consumo continua pressionado por fatores econômicos e inflacionários.

Um aumento de 50% nos custos pode agravar esse cenário. De janeiro a julho, até antes do anúncio da tarifa, os preços do arábica e do conilon no Brasil caíram 25% e 47%, respectivamente, influenciados pela colheita nacional e expectativas positivas de produção no Brasil e no Vietnã. A relação de troca tem piorado nas últimas semanas, pressionada pela queda nos preços do café e pelo aumento no custo dos fertilizantes, especialmente a ureia. Em julho, o índice apontou que eram necessárias 1,6 sacas de 60 Kg de café para compra de 1 tonelada do fertilizante, alta de 35% desde o início do ano e de 10% em relação a junho.

Ainda assim, o índice continua melhor em comparação com igual período de 2024, quando eram necessárias 1,7 sacas de 60 Kg por tonelada de fertilizante. Embora junho seja normalmente seco, chuvas acima da média em algumas regiões atrasaram a colheita e podem prejudicar a qualidade dos grãos. Apesar disso, a colheita avança muito bem. Estimativas privadas indicam que mais de 50% do arábica e mais de 90% do conilon já foram colhidos. No campo, têm sido relatados problemas no rendimento do café arábica, especificamente na conversão de litros de café cereja para uma saca de 60 Kg de café beneficiado, reflexo das chuvas escassas em fevereiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.