16/Jul/2025
O anúncio de aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos para o café brasileiro, de 10% para 50%, realizado em 9 de julho (e que passa a valer a partir de 1º de agosto), intensificou as incertezas do setor global da commodity. Essa mudança abrupta nas regras comerciais eleva a instabilidade no Brasil, líder mundial na exportação de arábica, e gera forte volatilidade nas cotações externas. Os próximos passos das negociações políticas e econômicas são aguardados com apreensão por todo o setor. O Brasil é origem de cerca de 25% das importações norte-americanas de café, e uma tarifa de 50% se configura como uma grande desvantagem ao produto nacional e gera incertezas quanto ao escoamento da safra brasileira. A Colômbia, segunda maior fornecedora aos Estados Unidos, correspondendo por até 20% do grão importado pelo país norte-americano, permanece isenta de tarifas, enquanto o Vietnã, principal exportador de robusta, enfrenta, até o momento, alíquota de 20%.
Apesar de o Brasil possuir outros mercados, inclusive o doméstico, para absorver uma possível retração da demanda norte-americana, essa realocação é complexa, dada a importância e o dinamismo da indústria de torrefação dos Estados Unidos. Dessa forma, o mercado aguarda novos desdobramentos nas negociações comerciais entre os dois países, e, até lá, as oscilações nos mercados externos e, por conseguinte, interno devem persistir. Nas bolsas internacionais, as cotações futuras reagiram à notícia da elevação tarifária. Na Bolsa de Nova York, o contrato Setembro/2025 do arábica está cotado a 301,85 centavos de dólar por libra-peso, com forte valorização de 8,5% nos últimos sete dias. A nova tarifa norte-americana deve elevar os custos do produto nos Estados Unidos e, consequentemente, o preço ao consumidor daquele país. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.