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14/Jul/2025

EUA: dificuldade em substituir importação do Brasil

Segundo o Commerzbank, será difícil para os importadores dos Estados Unidos obterem café de países produtores para substituir o volume comprado atualmente do Brasil. Mais de um quarto das compras dos Estados Unidos vêm do Brasil, maior produtor e exportador global, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Aumentar as importações de outros produtores relevantes, como Colômbia e Vietnã, parece improvável. A Colômbia já exporta volumes consideráveis aos Estados Unidos e enfrenta queda na produção, enquanto as importações do Vietnã estariam sujeitas a tarifas de 20%. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimam um volume de exportação do Brasil de 38 milhões de sacas de 60 Kg em 2025/2026, enquanto a demanda norte-americana é de 23 milhões de sacas de 60 Kg.

Na Colômbia, segundo maior produtor de arábica, os embarques são projetados em 10,7 milhões de sacas de 60 Kg, queda de 500 mil sacas de 60 Kg ante o ano anterior. Os Estados Unidos provavelmente já importam quantidades consideráveis de café colombiano, o que torna improvável um aumento significativo nas compras. O mesmo cenário deve se aplicar a outros produtores da América Latina. No mercado de robusta, os Estados Unidos poderiam recorrer ao Vietnã, que deve exportar 24,6 milhões de sacas de 60 Kg no ano safra. No entanto, o acordo comercial bilateral estabelece uma tarifa de 20%, que também se aplicaria às importações de café vietnamita pelos Estados Unidos. Mesmo que houvesse um redirecionamento parcial dos fluxos comerciais, é bastante provável que os Estados Unidos tenham que importar café com tarifas mais elevadas.

Para o preço do café negociado em bolsa, ainda são incertos os efeitos da tarifa norte-americana, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. A menor demanda por café brasileiro nos Estados Unidos poderia pressionar os preços, caso o consumo recue diante de preços mais altos. Além disso, a desvalorização do Real causada pelas tarifas poderia levar a uma maior oferta de café do Brasil no mercado. Em contrapartida, se os consumidores norte-americanos estiverem dispostos a pagar preços mais altos sem reduzir o consumo, a demanda adicional dos Estados Unidos por café fora do Brasil poderia provocar uma alta nos preços do café nas bolsas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.