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04/Jul/2025

Previsão de preços pressionados no 3º trimestre

Segundo a StoneX, após encerrar o primeiro trimestre em alta, os preços futuros do café recuaram ao longo do segundo trimestre, movimento influenciado principalmente pelo avanço da colheita no Brasil e pela retração no consumo global em meio a um cenário inflacionário. Com o avanço da colheita brasileira, há um alívio imediato na oferta de café no curto e médio prazo. Até a primeira semana de junho, cerca de 32% da safra brasileira havia sido colhida, com destaque para o café robusta, que já ultrapassava 40% do total colhido. O mercado, que até março havia sustentado preços elevados diante de uma oferta restrita e estoques industriais reduzidos, viu essa dinâmica se inverter a partir de maio. A safra de 2025 mostra uma queda de 13,5% na produção de café arábica, estimada em 38,7 milhões de sacas de 60 Kg, compensada por um avanço de quase 22% no robusta, que deve atingir 25,8 milhões de sacas de 60 Kg.

Ao mesmo tempo, o consumo dá sinais de fraqueza. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) indicam uma retração de quase 16% nas vendas em abril e uma queda acumulada de 5% no primeiro trimestre. A alta inflação impactou negativamente o consumo. Para o terceiro trimestre, a expectativa é de que os preços permaneçam pressionados com a conclusão da colheita e a maior oferta no mercado físico. No entanto, as condições climáticas devem manter o setor em alerta. A possível chegada de massas de ar polar durante o inverno pode dar suporte aos preços e aumentar a volatilidade. O retorno das chuvas na primavera será determinante para a florada e o desenvolvimento da safra de 2026. No cenário externo, as incertezas também se acumulam. A esperada recuperação da produção no Vietnã na temporada 2025/2026 e o início da colheita no quarto trimestre devem aumentar a oferta global de robusta.

Por outro lado, o impacto das novas tarifas de importação dos Estados Unidos poderá elevar custos para importadores e gerar mudanças nas misturas e origens preferidas. Varejistas menores poderão enfrentar dificuldades financeiras. No balanço global, há divergência entre estimativas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou uma produção mundial de 178,7 milhões de sacas de 60 Kg, alta de 2,46% sobre o ciclo anterior, frente a um consumo estimado em 169,4 milhões de sacas de 60 Kg (+1,87%), o que implicaria um excedente superior a 9 milhões de sacas de 60 Kg. A StoneX, no entanto, viu o mercado muito mais equilibrado. Ao contrário do USDA, enxerga um balanço global muito mais apertado, próximo da neutralidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.