25/Jun/2025
À medida que a colheita da nova safra brasileira de café 2025/2026 avança, o movimento de queda nos preços interno e externo é intensificado. Assim, junho já vem sendo marcado pelas fortes baixas nos valores. Na parcial deste mês, as desvalorizações do arábica e do robusta chegam a 15%. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica do tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo já perdeu quase R$ 360,00 por saca de 60 Kg na parcial de junho, ou 15,4%, e está cotado a R$ 1.976,29 por saca de 60 Kg. O Indicador não operava abaixo de R$ 2.000,00 por saca de 60 Kg desde o encerramento de novembro de 2024. Apenas nesta última semana (de 16 a 23 de junho), a queda no Indicador é de expressivos 8,83%.
Na Bolsa de Nova York, o contrato Setembro/2025 do arábica está cotado a 326,55 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 3,9% na parcial de junho. Nos últimos sete dias, a desvalorização externa é de 4%. É importante ressaltar que o valor do arábica vinha operando em patamares recordes reais e, com isso, as recentes quedas, além da colheita, estão atreladas também a um certo ajuste do mercado. Há uma expectativa muito grande quanto à entrada de cafés no mercado, já que os estoques globais estão muito apertados. No caso do arábica, a atual produção nacional deve trazer um certo alívio apenas no curto prazo, já que a temporada deve ser novamente pequena e não deve proporcionar grandes excedentes.
Para o café robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, à vista, a retirar no Espírito Santo, registra recuo de R$ 208,25 por saca de 60 Kg (ou 14,9%) no acumulado deste mês. Nos últimos sete dias, a baixa é de quase 7%. O Indicador do robusta está cotado a R$ 1.186,20 por saca de 60 Kg, o menor patamar desde maio de 2024. Para o tipo 7/8, bica corrida, à vista, a retirar no Espírito Santo, a desvalorização é de 6,64% nos últimos sete dias, cotado a R$ 1.163,43 por saca de 60 Kg.
Para os próximos dias, uma frente fria chega à Região Sudeste do Brasil, trazendo mudanças significativas no clima, contexto que pode atrapalhar os trabalhos de campo e, consequentemente, limitar a oferta de café no mercado interno e reduzir o ritmo de queda nos preços. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), chuvas devem ser registradas na Região Sul do País, na faixa sul de São Paulo, no sul de Goiás, no Triângulo Mineiro (MG), na Zona da Mata de Minas Gerais, no sul de Minas Gerais, no Rio de Janeiro e no sul do Espírito Santo. Esse cenário também deixa agentes receosos quanto à possibilidade de geadas, o que poderia atrapalhar a safra seguinte, a 2026/2027. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.