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24/Feb/2025

Capal eleva o faturamento impulsionado pelo café

Segundo a Capal Cooperativa Agroindustrial, com sede em Arapoti (PR), a diversificação de atividades, que vão da proteína animal, passando por grãos, além de ração e café, garantiu à um desempenho 12% maior em 2024. O faturamento foi de R$ 4,4 bilhões, impulsionado principalmente pelo café, que ajudou a compensar as perdas nas culturas de soja, milho e trigo. A produção de 1,07 milhão de sacas de 60 Kg de café no ano passado levou a uma receita de R$ 1,362 bilhão com esta commodity, ou 202% acima dos R$ 450 milhões de 2023. A produção cresceu 84,4%. No ano anterior, a produção havia sido de 580 mil sacas de 60 Kg de café. Em sobras aos cooperados, a Capal vai distribuir R$ 56,3 milhões a 3.734 associados, 55,2% acima dos R$ 36,2 milhões de 2023. Após um 2023 "complicado", a cooperativa previa para o ano passado outra temporada difícil, em função de adversidades climáticas.

Havia expectativa de redução de crescimento, mas, no fim, acabou fechando bem o ano, graças a alguns setores que contribuíram bastante, especialmente o café. O produto compensou a quebra de safra de milho e soja. Para 2025, com um cenário mais otimista na safra de grãos, a expectativa é atingir um faturamento de R$ 5 bilhões, impulsionado agora pelo aumento da produção agrícola. A projeção inicial era de R$ 4,668 bilhões, mas, com a expectativa de uma safra cheia, deve alcançar os R$ 5 bilhões. A soja, este ano, deve retomar o protagonismo, embora o ano para o café seguirá sendo bom. A expectativa de colheita na safra 2024/2025 de soja, milho, trigo e cevada é de 1 milhão e toneladas, 35% acima das 739 mil toneladas de 2023/2024. Além do recorde de preços de exportação de café, investimentos relativamente recentes no segmento permitiram um aumento da lucratividade com a commodity.

Há cinco anos, a Capal comprou uma estrutura de beneficiamento de café em Pinhalão (PR) e, há dois anos, outra unidade semelhante em Piraju (SP). A estratégia garantiu que a própria cooperativa recebesse, beneficiasse, classificasse e exportasse o café, aumentando a rentabilidade, em um ano em que a demanda externa foi reforçada por quebras de safra em países concorrentes do Brasil. Só de exportação direta, a Capal enviou mais de 200 mil sacas de 60 Kg de café para o exterior. O investimento em beneficiamento e comercialização direta de café beneficiou a cooperativa. O faturamento obtido com o café em 2024 desbancou até mesmo a liderança da soja, principal commodity produzida pelos cooperados da Capal. No ano passado, houve um recuo tanto na produção, para 346 mil toneladas (ou 29% menos ante as 483 mil toneladas de 2023), quanto no faturamento, de R$ 1,055 bilhão há dois anos para R$ 719,51 milhões no ano passado, queda de 31%.

Para o milho, embora a produção tenha ficado estável ante 2023, também houve quebra. A expectativa, no início do ano passado, era receber 380 mil toneladas de milho, mas recebeu apenas 187 mil toneladas, volume semelhante ao de 2023, quando a safra também quebrou. Em faturamento, o milho representou no ano passado para a Capal R$ 117,3 milhões, ou 13,3% mais ante 2023, com R$ 103,7 milhões. O trigo, por sua vez, garantiu melhor rendimento, com R$ 222,28 milhões em 2024, alta de 60,3% ante os R$ 138,58 milhões de 2023. O volume colhido, entretanto, caiu 36%, de 161 mil toneladas há dois anos para 103 mil toneladas em 2024. Reunindo todos os grãos (soja, milho, trigo e cevada) produzidos pelos associados da Capal em municípios do Paraná e de São Paulo, a cooperativa recebeu 739 mil toneladas em 2024, 18% menos ante as 874 mil toneladas de 2023.

Em relação à proteína animal (a Capal trabalha com carne suína e leite), o avanço mais expressivo ocorreu no leite. No ano passado, a captação foi de 155,7 milhões de litros, 4% mais em comparação com os 150 milhões de litros de 2023. A matéria-prima é processada nas três indústrias lácteas que a Capal mantém em parceria com a Frísia e a Castrolanda. No Paraná, os laticínios ficam em Ponta Grossa e Castro e, em São Paulo, em Itapetininga. O faturamento, por sua vez, cresceu para R$ 428 milhões, ante R$ 420 milhões em 2023. A expectativa para o setor lácteo, em 2025, é otimista, tendo em vista o investimento que a Capal fez, de mais de R$ 500 milhões, em uma fábrica de queijos em Ponta Grossa. Em relação à carne suína, a produção atingiu 30 mil toneladas em 2024, leve queda em relação a 2023, com 30,7 mil toneladas. O faturamento também caiu, para R$ 211,42 milhões, ante R$ 227,37 milhões de 2023.

Em ração, a produção foi de 260 mil toneladas no ano passado, ante 248 mil toneladas em 2023. A Capal produz ração para suínos e gado de leite e de corte. O faturamento do segmento também caiu, de R$ 363,3 milhões em 2023 para R$ 341,67 milhões em 2024. Ainda sobre a suinocultura, a Capal vendeu seus ativos para a cooperativa Aurora e, hoje, detém 2,5% da Aurora, sendo responsável, ainda, por 25% do volume de carne suína produzida na planta de Castro. Apesar de ter desmobilizado patrimônio, a Capal ainda incentiva os cooperados a continuarem investindo na suinocultura, já que a Aurora é uma grande exportadora dessa proteína e tem boa participação no mercado interno. Tanto que, para 2025, a expectativa para carne suína é boa. O ano passado foi bom e este ano também será. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.