05/Feb/2025
Depois de acumular alta de 12,5% em janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica do tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, iniciou fevereiro em patamar recorde real. Na segunda-feira (03/02), o Indicador atingiu R$ 2.565,85 por saca de 60 Kg, a máxima diária da série histórica do Cepea, iniciada em setembro de 1996 (valores deflacionados pelo IGP-DI). Nos últimos sete dias, a alta no preço do arábica é de expressivos 7%. Na Bolsa de Nova York, os contratos futuros de café também operam em valores recordes. O impulso aos preços segue vindo da oferta limitada de cafés para negociação, tendo em vista o alto volume já vendido, dos estoques apertados por conta da menor produção no Brasil e no Vietnã, da demanda internacional firme e de projeções indicando safra 2025/2026 ainda pequena. No curto prazo, não há fator baixista.
A oferta justa deve levar vendedores a esperarem para negociar o produto remanescente apenas em momentos de extrema necessidade. A maioria dos cafeicultores está capitalizada, mesmo com a menor produção. Tal fato pode acontecer tanto no Brasil quanto nas demais origens. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou a produção brasileira da safra 2025/2026 em 34,7 milhões de sacas de 60 Kg de café arábica, 12,4% a menos que em 2024/2025. A produção total é estimada em 51,8 milhões de sacas de 60 Kg (arábica e robusta), 4,4% a menos que a temporada anterior. Agentes têm relatado certa dificuldade em estimar um número mais preciso sobre a produção de arábica. No geral, as previsões divergem, mas esperam produção perto ou pouco acima do volume reportado pela Conab. O clima, desde 2021, tem afetado a produção cafeeira e, em 2024, as plantas apresentaram uma grande desuniformidade produtiva, o que dificulta estimativas mais precisas.
Em todas as regiões de produção de arábica, o desenvolvimento dos grãos acontece com maior umidade neste início de ano e melhor formação do que na safra passada. Assim, é muito provável que a peneira, ou seja, o tamanho dos grãos, seja satisfatória na temporada 2025/2026, ajudando a melhorar o volume produzido. Com a dificuldade de previsão da safra, considerando-se as temperaturas acima da média em 2024 e o grau de desfolha que as plantas apresentaram, os produtores de arábica optaram por esqueletar os talhões ou, até mesmo, replantar lavouras mais velhas. Os preços recentes mais remuneradores do grão têm favorecido a renovação das áreas. No entanto, a baixa disponibilidade de mudas frente à demanda limita esse processo de renovação. No front externo, o contrato Março/2025 do arábica negociado na Bolsa de Nova York está cotado a 380,90 centavos de dólar por libra-peso, forte elevação de 9,1% nos últimos sete dias. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.