29/Jan/2025
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu 1º levantamento de safra referente ao ciclo 2025/2026, o Brasil deve colher 51,8 milhões de sacas de 60 Kg de café beneficiado, queda de 4,4% em relação à safra anterior. A produtividade média deverá ser de 28 sacas de 60 Kg por hectare, ou 3% menos, e a área total destinada à cultura deverá ser 0,5% maior, com 2,25 milhões de hectares, 1,85 milhão de hectares em produção e 391,46 mil hectares em formação. A queda na safra vai ocorrer pelo fato de 2025 ser um ano de ciclo de baixa bienalidade, além de períodos de restrição hídrica e calor nas fases de floração. Para o café arábica, o País deverá colher em 2025 34,7 milhões de sacas de 60 Kg, recuo de 12,4% ante 2024. Este desempenho reflete o ciclo de baixa bienalidade e as adversidades climáticas, especialmente em Minas Gerais, maior produtor do País, onde a redução foi de 12,1%. Para o café conilon, a produção deverá alcançar 17,1 milhões de sacas de 60 Kg, crescimento de 17,2%, impulsionado principalmente pelos bons resultados no Espírito Santo, que perfaz 69% da produção nacional de conilon.
Em relação aos Estados, Minas Gerais deve produzir 24,8 milhões de sacas de 60 Kg de café, queda de 11,6% em relação a 2024, devido ao ciclo de baixa bienalidade e à seca prolongada que antecedeu a floração. O Espírito Santo, segundo maior produtor, deve colher 9% mais de café nesta safra, impulsionado pela produção de conilon, estimada em 11,8 milhões de sacas de 60 Kg (+20,1%), devido aos bons volumes de chuvas registrados entre julho e agosto, viabilizando a emissão das primeiras floradas e o pegamento. Em relação ao café arábica, os produtores do Espírito Santo devem colher 18,1% menos. São Paulo, exclusivamente produtor de arábica, projeta 4,6 milhões de sacas de 60 Kg, recuo de 15,3% causada pela baixa bienalidade e por condições climáticas adversas. Na Bahia, a produção total deve crescer 11,3%, com 3,4 milhões de sacas de 60 Kg, sendo 2,2 milhões de conilon e 1,2 milhão de arábica.
Rondônia, exclusivamente produtor de conilon, deve alcançar 2,2 milhões de sacas de 60 Kg (+6,5%), enquanto Paraná e Rio de Janeiro, predominantemente de arábica, estimam produções de 675,3 mil e 373,7 mil sacas de 60 Kg, respectivamente. Goiás e Mato Grosso projetam queda na safra, em razão da bienalidade negativa e de condições climáticas adversas, com produção de 195,5 mil e 267,6 mil sacas de 60 Kg, respectivamente. Em relação aos estoques, houve queda significativa em 2024, sendo um dos fatores o aumento expressivo das exportações. No ano passado, o Brasil bateu recorde nos embarques externos, com 50,5 milhões de sacas de 60 Kg, avanço de 28,8% ante 2023, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Desta forma, ao fim do primeiro semestre de 2024, o volume armazenado era de 13,7 milhões de sacas de 60 Kg, ou 24% menos ante o registrado em 2023. A tendência é de novos recuos nos estoques devido à forte demanda externa, o que deve ser observado também em escala global. A menor safra brasileira de café prevista para este ano reflete os efeitos de condições climáticas adversas para as lavouras observadas desde 2021.
O resultado da primeira estimativa da safra tem como tônica ainda o reflexo do clima em 2021, 2022, 2023 e 2024. A safra se mostra desafiadora para o setor cafeeiro. A safra do tipo arábica, maior volume de produção, será afetada neste ano pela bienalidade negativa, período em que as lavouras se voltam à recuperação da parte vegetativa, e pelo histórico de efeitos climáticos. O clima será a tônica dessa safra. A safra só não é menor porque haverá recuperação de produtividade do tipo conilon nos principais Estados. A produção é projetada para ser a quinta maior da série histórica. As lavouras do grão foram afetadas por chuvas escassas nas principais regiões produtoras do tipo arábica no terceiro e quarto trimestre de 2024, o que prejudicou a floração e o desenvolvimento de frutos das plantas, além de ter causado desfolha. O potencial produtivo não será alcançado porque as lavouras tiveram estresse climático e alta carga produtiva no último ano. As temperaturas acima da média desde abril de 2024 prejudicaram a recuperação das lavouras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.