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04/Dec/2024

Preços do arábica e robusta em patamares recordes

O mês de novembro se encerrou marcado pelos patamares recordes de preços dos cafés robusta e arábica no Brasil. Para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, teve média de R$ 1.573,28 por saca de 60 Kg em novembro, aumento de 11,05% frente à média de outubro e a maior, em termos reais, da série histórica do Cepea, iniciada em 2001 (médias mensais deflacionadas pelo IGP-DI de outubro/2024). No acumulado do mês de novembro, o avanço desse Indicador foi de expressivos 23%, ou de R$ 333,22 por saca de 60 Kg. No caso do arábica, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, vem operando acima dos R$ 2.000,00 por saca de 60 Kg desde o dia 26 de novembro, encerrando o mês passado a R$ 2.098,06 por saca de 60 Kg, o maior valor diário real desde 9 de junho de 1997. A alta no acumulado do mês foi de significativos 37,55%, ou de R$ 527,70 por saca de 60 Kg.

A média mensal deste Indicador foi de R$ 1.774,67 por saca de 60 Kg, com alta de 19,1% frente à média de outubro e a mais elevada desde fevereiro de 1998. A forte valorização do café ao longo de novembro segue relacionada sobretudo à oferta restrita de robusta e de arábica no spot nacional e à expectativa de menor colheita de robusta no Vietnã. Assim, os poucos vendedores que estão ativos no spot brasileiro conseguem comercializar o grão a valores maiores. A atual condição das lavouras e a expectativa de mais uma safra sem grandes avanços produtivos (colheita de 2025/2026) também reforçam o movimento de alta nos preços do grão. Vale lembrar que o longo período de estiagem que as lavouras atravessaram em 2024 fez com que a florada produzisse plantas debilitadas, o que, por sua vez, tem afetado o pegamento e o desenvolvimento dos chumbinhos.

E, mesmo com a forte alta nos preços, o mercado ainda esteve lento em novembro. Além de os elevados valores do café já terem garantido “caixa” para muitos cafeicultores, outros se afastam do mercado nesta época do ano, por conta de questões fiscais. Os que ainda detêm o grão esperam novas altas e momentos mais atrativos para negociar. No front externo, os aumentos também foram expressivos. Na Bolsa de Nova York, o contrato Março/2024 fechou a 318,05 centavos de dólar por libra-peso no encerramento de novembro, com forte avanço de 29,5% frente ao dia 31 de outubro. A significativa alta externa reflete as condições de produção no Brasil (que apresenta um início de safra 2025/2026 preocupante, mesmo com a retomada das chuvas) e no Vietnã (que caminha para uma safra menor), os estoques internacionais aquém do necessário e a demanda mundial bastante aquecida.

Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, registra avanço de 1,77%, cotado a R$ 2.024,84 por saca de 60 Kg. Na ICE Futures, o contrato Março/2025 do arábica está cotado a 296,05 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 2,87% no mesmo comparativo. O Indicador CEPEA/ESALQ do robusta do tipo 6, peneira 13 acima, à vista, a retirar no Espírito Santo, está cotado a R$ 1.652,82 por saca de 60 Kg, retração de 1,42% nos últimos sete dias. O tipo 7/8, bica corrida, à vista, a retirar no Espírito Santo, tem valorização de leve 0,13% nos últimos sete dias, a R$ 1.639,88 por saca de 60 Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.