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24/Sep/2024

Preços globais do café deverão se manter elevados

De acordo com o Rabobank, incertezas climáticas que afetam as safras de café do Vietnã e do Brasil, juntamente com o aumento da participação de fundos de investimento na Bolsa de Nova York, devem manter os preços de café elevados em 2024. Levantamento da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) mostrou que fundos de investimento aumentaram a posição líquida comprada em café na Bolsa de Nova York na semana encerrada em 17 de setembro. No período, o saldo comprado passou de 39.084 para 43.630 lotes, considerando futuros e opções. Além disso, a lei antidesmatamento da União Europeia está fazendo com que o bloco antecipe as importações de café, valorizando ainda mais o produto. Entre janeiro e agosto deste ano, o Brasil exportou 57% mais café para a Europa em comparação com igual período de 2023.

Problemas com a oferta do Vietnã e conflitos na região do Mar Vermelho impulsionaram os preços do robusta e resultaram em maior demanda pelo conilon brasileiro. Com isso, os preços do robusta/conilon atingiram recordes, com médias acima de US$ 5.400,00 por tonelada na Bolsa de Londres e R$ 1.450,00 por saca de 60 Kg no Brasil. Em 2024, os preços do robusta subiram 68% na Bolsa de Londres e 86% no Brasil. O café arábica também registrou aumentos, de 36% na Bolsa de Nova York e 47% no Brasil. É importante notar que, no Brasil, o conilon está mais caro que o arábica, algo visto anteriormente apenas em 2016, quando uma seca severa afetou a safra de conilon.

Com o café conilon superando o valor do café arábica no Brasil, é provável que a dinâmica para consumidores e torrefadores sofra alterações significativas. Essa situação deve aumentar os custos do café para ambos, além de reduzir ainda mais o uso do conilon nos blends domésticos. No Vietnã, maior produtor global de café robusta, a seca no início do ano gerou incertezas sobre a safra 2025/2026, com relatórios privados estimando quedas entre 10% e 15%. Além disso, existe a possibilidade de que o tufão Yagi tenha causado danos nas lavouras de café do país. No Brasil, a principal preocupação é o clima quente e seco que afeta a maior parte das regiões produtoras. Floradas pontuais já foram observadas, mas setembro continua com chuvas abaixo média, prejudicando esse período das floradas (o pegamento e próximas floradas). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.