22/Mar/2024
Segundo a illycaffè, o principal desafio para aumentar o consumo de café no mundo está em países em desenvolvimento. Hoje, 50% do grão é consumido no Hemisfério Norte, mas produzido no Hemisfério Sul. A China é um mercado com potencial, inclusive como precursor de tendências para outras nações, mas com dificuldade de penetração por causa de fatores econômicos, culturais e geopolíticos. Algo parecido ocorre na Índia que, apesar de ser o país mais populoso do mundo, consome sua própria produção, em virtude da altas taxas de importação impostas pelo governo. No caso do Brasil, não há espaço para o crescimento do consumo, que já é alto. O que já está acontecendo é o aumento do consumo do café de alta qualidade.
Por fim, o continente africano também é um alvo em potencial, por causa de sua diversidade e crescimento econômico anual de cerca de 4% ao ano. Isso poderia contribuir mais no futuro para o crescimento do consumo, mas também não é um “boom”. Os países africanos são os que mais devem sofrer com a legislação europeia contra o desmatamento, que passa a valer no fim deste ano, por causa da dificuldade de fornecerem os dados de rastreabilidade requeridos pelo regulamento europeu. A Etiópia, por exemplo, é o maior produtor de café da África, e tem entre 2,5 milhões e 2,6 milhões de produtores e exporta 35% de seu grão para o continente europeu. Com isso, a Etiópia poderia ter um aumento de produção de, pelo menos, 20%.
No entanto, ainda será necessário muito mais trabalho daqui até o fim do ano para compreender como essa norma vai funcionar. No caso do Brasil, a lei da União Europeia não é um problema, em virtude da capacidade de rastreabilidade do café brasileiro, em especial no Cerrado. Atualmente, a illycafè tem uma fatia de mercado global de 0,3% em volume e 0,8% no valor da cadeia produtiva. A empresa tem potencial para dobrar a participação de mercado da companhia italiana, com foco estratégico no grão de alta qualidade, tecnologia e sustentabilidade. A illycafè é líder de mercado em café regenerativo e a rede de marca própria está presente em 45 países. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.