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14/Feb/2024

Exportações brasileiras de café avançam em janeiro

Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil exportou 3,961 milhões de sacas de 60 Kg de café em janeiro, volume recorde para o mês e 39% maior que o de janeiro de 2023. A receita com as vendas foi 30,4% maior, de US$ 802,5 milhões, ante US$ 615,5 milhões. Os embarques de canéfora (variedades conilon e robusta) cresceram 503,5%, atingindo 457.787 sacas de 60 Kg, ou 11,56% do total. O robusta e o conilon brasileiros seguem muito competitivos no mercado mundial e vêm suprindo o déficit ocasionado por quebras de safras em importantes produtores, como Vietnã e Indonésia, primeiro e terceiro maiores produtores mundiais da variedade, respectivamente. Não à toa, o Vietnã aumentou em 700% e os a Indonésia 19.130% suas importações de café brasileiro. De café arábica, os embarques em janeiro foram de 3,208 milhões de sacas de 60 Kg, ou 80,98%.

Completam a lista os produtos do segmento solúvel, com 293.467 sacas de 60 Kg (7,41%), e do setor de torrado e torrado e moído, com 1.898 sacas de 60 Kg (0,05%). O desempenho é considerado bom, diante dos conflitos geopolíticos, que afetam tráfego de navios no Mar Vermelho; da forte seca na região do Canal do Panamá, diminuindo o fluxo de embarcações; e da continuidade dos gargalos logísticos no Brasil. Até o momento, não houve impacto concreto nos embarques de café do Brasil, mas, se permanecerem os ataques na ligação entre o norte da África e o Oriente Médio, assim como a falta de chuvas na América Central, certamente a elevação nos custos dos fretes ou a escassez de embarcações poderá complicar ainda mais o cenário no Brasil, onde os exportadores já têm se deparado com alta nos custos devido a constantes atrasos e alterações nas escalas dos navios e curtos períodos de aberturas de gates.

De acordo com o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup de tecnologia no segmento logístico ElloX Digital, em parceria com o Cecafé, o índice de alteração de escalas e atrasos de navios com café no Porto de Santos (SP), por exemplo, alcançou 85% em janeiro de 2024, o maior percentual registrado até então, agravando o cenário, que havia aferido seus maiores porcentuais nos três últimos meses de 2023: 76% em outubro e dezembro e 81% em novembro. Esse problema se alastra desde o ano passado, quando ciclones e tempestades tropicais ocorreram na Região Sul do Brasil e direcionaram as embarcações dos portos sulistas para outros destinos, como Santos, o que gerou acúmulo de cargas nos demais complexos portuários brasileiros.

Diante disso, os exportadores de café têm enfrentado adiamentos regulares de embarques e curto tempo de abertura de gates devido aos pátios estarem lotados de contêineres, o que dificulta o recebimento de outras cargas em função das limitações físicas de espaço no terminal de Santos. O resultado positivo das exportações de café do Brasil em janeiro se deveu à maior demanda por parte dos principais parceiros comerciais do País. Nesta época do ano, é de inverno no Hemisfério Norte e o consumo de café aumenta. Esse aspecto, alinhado a uma redução no nível de estoques cafeeiros na parte de cima do globo, faz com que, naturalmente, grandes consumidores importem mais café das origens produtoras.

No mês passado, a Alemanha assumiu a liderança do ranking dos principais destinos dos cafés do Brasil, importando 695.607 sacas de 60 Kg, 57,4% mais frente a janeiro de 2023, o que equivale a 17,6% das exportações totais. Os Estados Unidos, com representatividade de 17,2%, ficaram na segunda posição, tendo adquirido 682.952 sacas de 60 Kg (+31,3%). Na sequência, vêm Bélgica, com a compra de 400.065 sacas de 60 Kg (+123,5%); Japão, com 217.584 sacas de 60 Kg (+50,1%); e Itália, com 197.846 sacas de 60 Kg (+1,7%). A China se consolida como um dos principais parceiros dos cafés do Brasil e mantém o sexto lugar no ranking, posto que assumiu ao final do ano passado. Em janeiro deste ano, o gigante asiático importou 168.761 sacas de 60 Kg, ampliando em 153,9% o volume que adquiriu no primeiro mês de 2023.

Os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis responderam por 19,8% das exportações totais brasileiras do produto em janeiro de 2024, com a remessa de 783.611 sacas de 60 Kg ao exterior. Esse volume representa aumento de 39% frente ao registrado no primeiro mês de 2023. O preço médio do produto foi de US$ 226,10 por saca de 60 Kg, com receita cambial de US$ 177,2 milhões, o que corresponde a 22,1% do obtido com os embarques totais de café em janeiro. No comparativo anual, o valor é 20,3% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.