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08/Jan/2024

Clima deve afetar safra de café 2024/2025 no Brasil

Os produtores de café brasileiros devem enfrentar desafios em 2024, sobretudo os relacionados ao clima adverso previsto para este ano no Brasil. A região Sudeste, onde está localizada grande parte da produção nacional de café, ainda deve registrar períodos de temperaturas elevadas e de chuvas irregulares, devido, dentre outros motivos, à atuação do fenômeno climático El Niño (que deve seguir até abril de 2024). Vale lembrar que, nos primeiros momentos do ciclo da safra brasileira 2024/25, o clima estava auxiliando o desenvolvimento das floradas, e esse cenário levou agentes a ter expectativas de que a colheita seria bastante volumosa.

Entretanto, de meados de setembro até dezembro de 2023, ondas de calor intensas, chuvas irregulares, queda de granizo em algumas localidades e fortes ventanias derrubaram chumbinhos em um percentual acima do normal, o que, provavelmente, deve prejudicar o volume da safra 2024/2025. No caso específico do robusta, a colheita em 2023/2024 não foi boa no Espírito Santo (maior produtor da variedade no Brasil) e o desenvolvimento da temporada 2024/2025 também atravessa problemas relacionados ao clima. Com o desenvolvimento da safra aquém do esperado por agentes de mercado e os estoques mundiais apertados, as cotações do grão têm se sustentado – o arábica vem sendo negociado próximo dos R$ 1.000 por saca de 60 Kg e o robusta, por volta de R$ 760 por saca de 60 Kg.

No geral, os valores devem seguir oscilando neste início de 2024, mas tudo indica que o movimento de alta deve prevalecer – ao menos no começo deste ano. Diante de um cenário de incertezas, os negócios devem seguir de forma cadenciada em 2024, com produtores aproveitando os momentos de valorizações para vender o café, especialmente porque os custos de produção desse grão foram elevados. Há maior interesse de agentes por negócios a termo para entregas em 2024 e também em 2025, modalidade que esteve enfraquecida nos últimos dois anos. E os principais concorrentes brasileiros também têm enfrentado problemas climáticos nos últimos meses, e as ofertas de arábica e robusta não devem atingir o potencial máximo nesses países.

Além disso, os estoques certificados da Bolsa de Nova York (ICE Futures) registraram em dezembro o volume mais baixo em 20 anos. A menor disponibilidade em outros importantes produtores, por sua vez, deve continuar deslocando parte da procura externa ao Brasil. As expectativas iniciais são de que as exportações brasileiras voltem a ficar acima de 40 milhões de sacas na safra 2023/2024. E o principal destaque das vendas externas tem sido o robusta, devido à quebra de produção do Vietnã, maior produtor da variedade. As exportações de robusta deverão seguir aquecidas e em preços atrativos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.