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06/Sep/2023

Arábica: preço não atrai o interesse de vendedores

Os preços domésticos do café arábica registraram pequenas altas em agosto. No entanto, apesar das leves valorizações, a liquidez seguiu baixa, tanto no mercado doméstico quanto para exportação, visto que os agentes estiveram bastante retraídos para a realização de negócios. Na média de agosto, o preço do arábica fechou a R$ 826,89 por saca de 60 Kg, elevação de 0,9% frente ao valor médio de julho. Diante desse cenário, o ritmo de comercialização foi lento no último mês. Isso porque, para o arábica, os valores oferecidos não têm agradado aos vendedores. O mercado lento e com valores abaixo de R$ 1.000,00 por saca de 60 Kg tem sido uma constante desde o início da colheita da safra 2023/2024 de arábica. Com a confirmação de uma boa temporada para um ano de bienalidade baixa, a queda dos valores da variedade foi bem mais intensa que a do robusta, que vem apresentando expressiva quebra na produtividade nesta temporada.

Esse contexto tem forte influência no comportamento dos preços, principalmente nos momentos de queda. Em agosto de 2022, a média de preços do arábica foi de aproximadamente R$ 1.300,00 por saca de 60 Kg, enquanto em agosto de 2023, a média foi de R$ 826,89 por saca de 60 Kg, queda de R$ 475,00 por saca de 60 Kg (-36,5%), em termos nominais. Com isso, nos dois primeiros meses de comercialização da safra 2023/2024, a diferença entre os preços do arábica e do robusta no mercado brasileiro voltou a se estreitar bastante quando comparada à dos meses anteriores. Na média de agosto, o arábica esteve apenas R$ 173,66 por saca de 60 Kg mais caro que o robusta, diferença bastante próxima da registrada no mês de julho (R$ 170,32 por saca de 60 Kg), porém, expressivamente inferior à média de agosto de 2022, que foi de quase R$ 570,00 por saca de 60 Kg. Ressalta-se que as diferenças observadas em julho e em agosto deste ano são as mais estreitas desde novembro de 2020.

Esse cenário pode levar torrefadoras a aumentar novamente o percentual de arábica nos blends, uma vez que, com a oferta mais limitada da variedade nos últimos anos, as marcas passaram a utilizar um percentual maior de robusta nos blends, visando baratear o produto vendido nos supermercados. Com as quedas dos preços, as negociações tendem a permanecer estagnadas nos próximos dias, já que boa parte dos produtores já fez caixa com algumas vendas recentes e pretende realizar negócios apenas em momentos de alta, para o pagamento de contas. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, está cotado a R$ 821,36 por saca de 60 Kg, alta de 0,45% nos últimos sete dias. Na Bolsa de Nova York, o contrato Dezembro/2023 do café arábica está cotado a 151,90 centavos de dólar por libra-peso, redução de 0,5% nos últimos sete dias. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.