16/Aug/2023

Depois de recuarem desde setembro de 2022, as exportações brasileiras de café total (arábica e robusta) voltaram a crescer em julho. O baixo ritmo de negócios nos meses anteriores vinha limitando os embarques do grão, pequenos volumes eram acordados, apenas visando o custeio de safra. Já em julho, altas pontuais nos preços do café motivaram muitos agentes a comercializarem para exportação. Dados divulgados neste mês pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram que quase três milhões de sacas de 60 Kg (arábica e robusta) foram embarcadas em julho, volume 13,2% superior ao de junho/2023 e 18,7% acima do registrado em julho de 2022.

Quanto no comparativo de 12 meses (de agosto/2022 a julho/2023 frente ao período de agosto/2021 a julho/2022), observa-se retração de 8,1% nos embarques nacionais de café. Isso porque os últimos meses foram marcados pela extrema dificuldade de realização de negociações no físico, restringindo os envios, além da oferta ainda limitada no País. O desempenho do robusta foi um destaque. Em julho, foram embarcadas 505 mil sacas de 60 Kg da variedade, com expressivos avanços de 119% na comparação mensal e de 245% na anual.

Essa intensa elevação na quantidade escoada pode ser explicada pela forte desvalorização do café arábica no mercado doméstico, que resultou em aumento da percentagem dessa variedade nos blends em detrimento do robusta. Assim, maior quantidade de robusta ficou disponível para exportação. Além disso, a demanda pelo robusta nacional cresceu, o que, por sua vez, pode estar atrelado à diminuição dos envios de robusta do Vietnã, que tem apresentado menor competitividade. Os preços da variedade do grão vietnamita estão elevados. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.