26/Jul/2023

As cotações domésticas do café arábica registram recuperação nos últimos dias, devido à forte retração dos agentes nas semanas anteriores e à procura firme de compradores. Vale lembrar que os valores do arábica estavam em queda desde o início desta safra. O Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6, posto em São Paulo, está cotado a R$ 826,91 por saca de 60 Kg, aumento de 2,34% nos últimos sete dias. Na parcial de julho, o avanço é de apenas 0,16%. Quanto à comercialização, mesmo que os compradores tentem efetivar negociações, os produtores têm segurado os lotes.

Isso porque, com a queda na produção nos dois últimos ciclos, houve forte redução dos estoques. Muitos deles ainda tentam renegociar dívidas de entregas que não foram realizadas em 2020/2021 e 2021/2022, com algumas inclusive para a safra que está sendo colhida (2023/2024). Além desses fatores, os valores atuais ainda são insatisfatórios para vendedores, fator que restringe os acordos apenas para o custeio da colheita. De modo geral, os futuros de café têm oscilado na Bolsa de Nova York, devido à evolução da colheita brasileira 2023/2024.

A expectativa é de que esta seja uma safra satisfatória e com recuperação frente às últimas, mesmo em ano de bienalidade negativa. O contrato Setembro/2023 de arábica na ICE Futures US está cotado a 163,00 centavos de dólar por libra-peso, alta de 4,6% nos últimos sete dias. A elevação pontual dos últimos dias está relacionada às chuvas que ocorreram no final de semana nas regiões produtoras de Minas Gerais, fator que atrasa a colheita por alguns dias, além da valorização do Real frente ao dólar e de algumas regiões com rendimento ainda aquém do esperado.

Ainda que a expectativa de produção seja menor na Colômbia, outra grande produtora de café arábica, os valores da variedade nesse país têm sido suficientes apenas para o custeio da safra, que foi mais elevado que o normal. Segundo o Comitê do Departamento de Cafeicultores de Antioquia, da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia (FNC), os preços atuais preocupam os agentes colombianos, visto que, apesar da quebra na produção do país, a recuperação da safra brasileira influencia as cotações mundiais e tem sido responsável por balizar o mercado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.