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28/Jun/2023

Arábica: preços recuam com maior oferta da safra

A colheita do café arábica atinge 20% da produção esperada na região de Garça (SP); nas Matas Mineiras (MG), 18%; no Noroeste do Paraná, 13%; e no Sul de Minas (MG), Cerrado Mineiro (MG) e Mogiana (SP), em torno de 15%. De acordo com a Climatempo, é esperado tempo firme nas regiões produtoras brasileiras para os próximos dias. Esse cenário pode manter os valores dos grãos pressionados. Os preços do café arábica vêm registrando movimento de baixa desde meados de abril deste ano, mas o ritmo das quedas foi intensificado neste mês de junho, contexto que vem preocupando produtores. Desde o início deste mês, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto em São Paulo, já caiu fortes 14,14%, cotado a R$ 851,02 por saca de 60 Kg. Trata-se do menor patamar diário nominal desde julho de 2021. Ressalta-se que, apenas em uma semana (entre 19 e 26 de junho), o arábica se desvalorizou R$ 100,00 por saca de 60 Kg.

No geral, o ritmo de negócios envolvendo o arábica está lento desde o início deste ano, com a liquidez aumentando um pouco em dias que os preços operam em alta e/ou quando cafeicultores têm necessidade de “fazer caixa”, visando custear o andamento da safra 2023/2024. Esse cenário mantém os preços da variedade enfraquecidos. Agora em junho, a intensificação das quedas está atrelada à maior entrada de grãos da nova safra, devido ao bom andamento da colheita (com os primeiros grãos apresentando boa qualidade), pois as atividades vêm sendo favorecidas pelo clima. Além disso, muitos compradores estão afastados do mercado spot nacional, o que reforça as desvalorizações do grão. Diante disso, o momento entre vendedores é de apreensão, tendo em vista que pouco café foi negociado de forma antecipada (para entrega futura - mercado a termo) e a maioria da produção deve ser comercializada no mercado spot.

Outro fator preocupante é que os tratamentos da atual temporada foram realizados a custos bastante elevados. Os fertilizantes utilizados nas lavouras em 2022, por exemplo, eram negociados acima dos R$ 5.000,00 por tonelada na época em que foram adquiridos pelos produtores. Dessa forma, a rentabilidade da atual colheita tende a ser limitada. No mercado externo, as cotações do arábica também têm recuado, influenciadas por especulações e por fatores favoráveis à produção da atual temporada brasileira. Assim, o contrato Setembro/2023 de arábica negociado na Bolsa de Nova York, está cotado a 165,15 centavos de dólares por libra-peso, baixa de 11% nos últimos sete dias. O dólar também tem recuado com força nos últimos dias. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.