31/Mai/2023

Os preços futuros do café robusta negociados na Bolsa de Londres dispararam para o nível mais alto da última década em virtude da seca nas regiões produtoras do Brasil e do clima desfavorável na Indonésia e na Índia, que prejudicaram as colheitas justamente quando a demanda está sustentada. Os preços na Bolsa de Londres subiram 38% este ano, de acordo com a FactSet. Nos últimos dois anos, a produção de café no Brasil foi prejudicada por más condições climáticas: primeiro pela geada e depois pela seca.

Os fenômenos interromperam a floração nas principais regiões de cultivo e reduziram as safras. Como resultado, os preços do café arábica dispararam, com os futuros na Bolsa de Nova York chegando a US$ 258,00 centavos de dólar por libra-peso em fevereiro de 2022. Os grãos de robusta, por sua vez, como são mais resistentes, foram menos afetados pelo clima adverso no Brasil. Em um ambiente inflacionário alto e condições econômicas não tão agradáveis, o arábica estava mais caro e, portanto, os torrefadores que não queriam repassar esses preços incorporaram mais robusta em seus blends.

Dados da Organização Internacional do Café (OIC) mostram que as exportações globais de grãos verdes de ambos os tipos de café caíram 9,6% em março de 2023, para 10,90 milhões de sacas de 60 Kg. No ano passado, os resultados de vendas externas do Brasil, principal produtor da commodity, também recuaram. As exportações foram baixas no ano passado, já que a demanda interna de robusta do País aumentou.

Além da maior demanda e da seca no Brasil, o clima no Sul e Sudeste da Ásia, onde também são cultivados os grãos, tem sido um desafio. A safra do Vietnã, maior produtor mundial de robusta, tem sido forte, mas, com o déficit em outros lugares do globo, os preços locais subiram. De acordo com traders, comprar grãos físicos na Ásia se tornou um desafio, pois há um déficit na produção no Vietnã e no mercado asiático em geral. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.