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30/Mai/2023

UE: sustentabilidade elevará preço ao consumidor

A Organização Internacional do Café (OIC) deve se encontrar com representantes do Parlamento Europeu em breve para discutir maneiras de conscientizar melhor os consumidores do bloco econômico sobre a sustentabilidade e as mudanças estruturais que o setor deve passar com a adoção do Pacto Verde. Entre outros pontos, a legislação proíbe a comercialização de produtos provenientes de áreas desmatadas com países do bloco. 90% dos consumidores seguem comprando café no mercado avaliando o preço. É preciso discutir com a União Europeia sobre a complexidade do produto. Embora os parlamentares da União Europeia argumentem que a adoção do código ambiental tenha sido uma forma de atender a demanda da população europeia, não é possível generalizar.

O eleitor dos parlamentares que idealizaram a legislação está pedindo sustentabilidade, mas isso não quer dizer que, necessariamente, a maioria tenha essa demanda. O boco econômico já afirmou que não ajudará a subsidiar adequações da cadeia para atender ao pacto e, por isso, a OIC aposta em um investimento da União e na conscientização dos consumidores. A indústria cafeeira europeia vai desenvolver campanhas para explicar ao consumidor quais são os avanços socioambientais que justificam um eventual aumento dos preços do produto. Para o consumidor comum ainda é nebuloso o tema e, sem engajamento, é complicado pagar a conta. A OIC buscará entender como a União Europeia poderia estar trabalhando junto à campanha com o consumidor final de café. Uma vez explicados esses pontos, a expectativa é de que o produto, assim como ocorreu com o mercado de vinhos, seja valorizado pelo rigor de suas especificações.

Com subsídios a campanhas de conscientização do consumidor europeu, a estimativa é de que o repasse da mudança da legislação ambiental aos preços do café no Brasil seja de apenas R$ 0,10. O café brasileiro já tem uma cadeia bem adequada às práticas ambientais, mas ainda precisa adotar as plataformas de certificação. O setor cafeeiro argumenta que o Brasil tem uma legislação das mais rigorosas do mundo em termos de sustentabilidade, mas que está desalinhada em relação às diretrizes europeias, que não prevê, por exemplo, a existência de áreas de desmatamento legal. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), com a demanda por sustentabilidade, o custo certamente vai aumentar. O Parlamento Europeu legislou sem dialogar com a origem. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.