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29/Mai/2023

Robusta: exportação deverá crescer em 2022/2023

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) afirmou que as exportações de café no ciclo 2022/2023, que se encerra em junho deste ano, poderão atingir 35 milhões de sacas de 60 Kg, caso os produtores consigam suprir a demanda internacional pelo café do tipo conilon. Haverá uma demanda acentuada pelo café do tipo conilon brasileiro e, se o comportamento do produtor for dar liquidez, haverá uma exportação muito grande de café. O conilon tem perspectivas mais promissoras no ano. O conilon deve repetir o volume de produção e carrega um estoque de passagem muito bom. Os preços do produto estão consistentes, dado o déficit de produção na Indonésia e no Vietnã. Do total exportado de café pelo Brasil no ano-safra 2021/2022, 83,1% foi remessa do tipo arábica, ou 32,889 milhões de sacas de 60 Kg.

Já o café solúvel registrou o embarque equivalente a 4,049 milhões de sacas de 60 Kg, respondendo por 10,2%. Na sequência, vieram a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 2,603 milhões de sacas de 60 Kg. Embora a previsão de exportação em 2022/2023 ainda dependa das condições de comercialização do conilon, já é possível avaliar que as exportações do ciclo ficarão aquém do acumulado na temporada anterior, de 39,350 milhões de sacas de 60 Kg. As exportações registradas até o momento refletem os efeitos da geada e da estiagem, que reduziram os estoques no fim da safra 2022/2023. Até então, a safra recorde de 2020 vinha alimentando as demais posteriores e agora esse fator 'alimentador', não existe mais. Em visita pela região de sul de Minas Gerais, foi possível observar que as condições das lavouras surpreendem, mas a produção ainda está aquém do observado no ciclo de 2020/2021.

Há cafés de qualidade e quantidade chegando nessa safra de 2023. A tendência do mercado é ultrapassar os volumes exportados com a safra 2020/2021 apenas em 2024, mas tudo dependerá do clima. Existe uma preocupação com o El Niño, principalmente para o café robusta, com muito mais indicação de problemas para o Vietnã e a Indonésia (grandes produtores desse tipo de café). Não impactando o conilon brasileiro, como o setor espera que aconteça, esses números de exportação devem ultrapassar os índices de 2020 a partir de 2024. A insegurança climática foi o motivo para o produtor ter restringido as vendas de café no mercado futuro, mas agora outros fundamentos pesaram. Hoje, o produtor já se vê atraído pelos preços e estão saindo negócios para essa safra e para a próxima, o que é um bom indicativo.

Do lado do consumo interno, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) afirmou que, embora a procura por café se mantenha estável no País e até tenha apresentado leve redução em 2022, os preços do produto, diretamente impulsionados pela geada de 2021, estavam pesando para o consumidor. Houve um crescimento excepcional do consumo já no primeiro trimestre de 2023 (acima de 5%), o que indica a recuperação. Deverá ser uma ambição do segmento atingir o primeiro lugar de qualidade na percepção por países consumidores, em especial os Estados Unidos, que lideram as compras. A Associação Nacional do Café dos Estados Unidos (NCA) ressaltou uma pesquisa que mostrava o Brasil como segundo principal país lembrado pelos norte-americanos quando o tema é produção de café, atrás da Colômbia. Quando o tema é qualidade, o Brasil é o terceiro mais lembrado como “um bom café”. Na liderança dos "queridinhos" norte-americanos estão Colômbia e Costa Rica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.