13/Abr/2023

Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as exportações de café do Brasil somaram 3,088 milhões de sacas de 60 Kg em março, 19% menos que em igual mês do ano passado. A receita gerada com as vendas externas do grão foi de US$ 669,5 milhões, 26,4% abaixo do registrado um ano antes. O recuo anual nas exportações de café brasileiro é atribuído à entressafra e às menores colheitas nos anos anteriores. Assim como visto em fevereiro, o recuo nas exportações deve-se especialmente à menor disponibilidade do grão neste período da entressafra. A queda nos volumes exportados na comparação com igual mês do ano anterior se dá principalmente pelo fato de o Brasil já não dispor de remanescentes significativos da safra recorde de 2020, que, eventualmente, compensariam a perda das colheitas 2021 e 2022, afetadas substancialmente pela longa estiagem, seguida da maior geada dos últimos 27 anos.

Apesar da queda anual de março, houve crescimento em relação ao embarcado em janeiro e fevereiro. O volume embarcado em março representa aumentos de 9% sobre janeiro e de 27% sobre fevereiro. No acumulado da safra 2022/2023 (nove meses), que vai até junho, o Brasil exportou 27,756 milhões de sacas de 60 Kg, volume 9% inferior a igual período do ciclo anterior. A receita acumulada, de US$ 6,384 bilhões, cresceu 7,2%, refletindo os preços elevados do grão no exterior. O preço médio do café passou de US$ 195,34 por saca de 60 Kg na safra 2021/2022 para US$ 230,00 por saca de 60 Kg no ciclo atual. No acumulado do ano, as exportações de café do Brasil recuaram 22,8% em relação a igual período do ano passado, para 8,358 milhões de sacas de 60 Kg. A receita cedeu 27,5%, saindo de US$ 2,478 bilhões para US$ 1,796 bilhão. Do montante, 7,167 milhões de sacas de 60 Kg foram de café arábica, o equivalente a 85,8% do total. De solúvel, foram exportadas 910.547 sacas de 60 Kg, o que representa 10,9% do total.

Na sequência, constam as exportações do tipo canéfora (robusta + conilon), com 270.486 sacas de 60 Kg (3,2% do total), e do torrado e torrado e moído, com 10.141 sacas de 60 Kg (0,1% do total). Os diferenciais mais estreitos de preços praticados no mercado brasileiro sobre a safra atual ante os valores da Bolsa de Nova York podem estimular players e produtores a acelerar a comercialização de café remanescente. É possível que esse fator minimize a queda de volumes embarcados neste último trimestre da safra corrente (abril, maio e junho). A B3, por exemplo, que reflete o mercado interno no Brasil, fechou, no dia 11 de abril, no vencimento maio/2023, a US$ 245,00 por saca de 60 Kg, enquanto o vencimento setembro/2923, já vinculado à nova safra, encerrou a US$ 225,65 por saca de 60 Kg, ou seja, um prêmio de US$ 19,35 por saca de 60 Kg sobre a safra futura. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.