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05/Abr/2023

Nestlé investe na cafeicultura regenerativa no Brasil

A Nestlé investirá R$ 40 milhões nos próximos quatro anos para ampliar a cafeicultura regenerativa no Brasil, com o objetivo de reduzir emissões considerando que cerca de 70% da "pegada de carbono" da gigante suíça de alimentos está na produção de ingredientes como o café. Os investimentos, que serão aplicados em programas para a redução do uso de insumos químicos nas lavouras, além de pagamentos de bonificações aos produtores mais regenerativos, buscam multiplicar iniciativas já em desenvolvimento pela companhia, cuja marca Nescafé Origens do Brasil obteve neste ano certificado de neutralidade em carbono, um feito inédito no país para cafés solúvel e para coar.

O consumo de café carbono neutro poderia, em uma base anual, evitar emissões de 142 Kg de CO², considerando um consumidor que bebe três xícaras diariamente e o total lançado na atmosfera pelo sistema convencional de produção. Uma árvore da Mata Atlântica sequestra 8,3 Kg de CO², então se o consumidor escolhe um café carbono neutro, é como se estivesse fazendo o mesmo trabalho de 17 árvores nativas. Os produtores participantes do programa da Nestlé, terceira maior compradora de café no Brasil, atrás de 3 Corações e JDE, não têm obrigação de exclusividade no fornecimento para a companhia, que assim busca que o setor e consumidores sejam beneficiados como um todo ao longo dos próximos anos pela adoção de práticas regenerativas.

Atualmente, 35 famílias de produtores brasileiros fornecem grãos de café 100% arábica para a linha Nescafé Origens do Brasil, e já adotam o sistema agrícola regenerativo. Mas, o plano é expandir o programa no maior produtor global de café, até se alcançar 100% das 1.500 fazendas com as quais a Nestlé trabalha no Brasil, como parte dos compromissos da companhia para ser zero carbono até 2050. O compromisso global é que 30% das fazendas até 2025 sejam 100% regenerativas, no nível máximo de regeneração. No Brasil, o processo está adiantado e a ambição é entregar mais do que o objetivo global. Até 2025, a Nestlé espera ultrapassar a meta dos 30%.

Em cafés, 19% das fazendas com as quais a Nestlé trabalha já atuam no mais alto grau do sistema regenerativo, que provavelmente lhes permite ser "net zero" ou negativas em emissões. A agricultura regenerativa é realmente" o sistema que vai "mudar a regra do jogo", e vem sendo bem recebida pelos produtores. Ela tem como premissa aumentar a produtividade, devolvendo mais para o planeta do que é utilizado. Por isso esse discurso pegou tração no campo. A Nestlé busca mostrar ao produtor que ele consegue, com técnicas diferentes, se ele tiver algum investimento, obter um 'payback' rápido.

Importante lembrar das boas práticas para melhorar e manter a cobertura do solo e a redução do uso de fertilizantes químicos e agroquímicos, que permitem a diminuição de emissões de carbono. Outras iniciativas, como o uso de painéis solares como fonte de energia nas propriedades rurais e a adoção de embalagens recicladas pela indústria, também ajudam nesta jornada. Adicionalmente, a Nestlé tem uma parceria com a organização SOS Mata Atlântica, desde 2021, para plantar 3 milhões de árvores nativas, garantindo que todas elas estejam em pé até 2026, estratégia que está em linha com suas metas de ser "net zero" em carbono. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.