28/Mar/2023

O Rabobank diminuiu a projeção para a safra brasileira de café 2023 em 1,1 milhão de sacas de 60 Kg, para 66 milhões de sacas de 60 Kg, considerando as análises do Crop Tour realizado em fevereiro. A colheita começa entre meados de abril e maio. Apesar da boa recuperação nas regiões da Mogiana Paulista (SP) e Cerrado Mineiro (MG), o alto índice de abortamento de frutos na região da Zona da Mata Mineira (MG) e uma situação irregular no Sul de Minas Gerais causaram impacto negativo na produção de café arábica, estimada em 42,7 milhões de sacas de 60 Kg (redução de 1,3 milhões de sacas de 60 Kg frente a estimativa anterior).

Em contrapartida, a safra de café conilon (robusta) do Brasil deve ser um pouco melhor, projetada em 23,3 milhões de sacas de 60 Kg. Rondônia e Bahia devem crescer suas produções, mesmo com uma colheita estável no Espírito Santo, principal Estado produtor. No cenário internacional, a projeção de déficit global é de 1,9 milhão de sacas de 60 Kg em 2022/2023 e um superávit de apenas 1,6 milhão de sacas de 60 Kg em 2023/2024. O atual contexto de restrição da oferta de café deve trazer mais volatilidade as cotações de café, especialmente no 1º semestre deste ano. No entanto, a colheita da nova safra brasileira e a recuperação da produção em regiões relevantes, como Colômbia e Honduras, podem limitar os preços no 2º semestre de 2023.

O Brasil diminuiu significativamente suas exportações de café nos últimos meses. No primeiro bimestre do ano, foram embarcadas 5,2 milhões de sacas de 60 Kg, uma queda de 25,4% em relação ao mesmo período em 2022. Esse desempenho é resultado principalmente dos menores estoques locais provocados pelas frustrantes colheitas em 2021 e 2022 e pelo baixo apetite dos produtores em negociar seus volumes remanescentes. Além disso, com o fortalecimento dos diferenciais, elevadas taxas de juros e a inversão da curva futura de preços na Bolsa de Nova York, os compradores de café têm procurado negociar somente o necessário para cobrir seus compromissos. A expectativa é que a situação melhore a partir do 2º semestre com a entrada da nova safra brasileira. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.