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03/Mar/2023

Brasil registra queda no consumo de café em 2022

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), os brasileiros consumiram 21,33 milhões de sacas de 60 Kg de café entre novembro de 2021 e outubro de 2022, o que corresponde a uma queda de 1,01% em comparação com igual período anterior (21,54 milhões de sacas de 60 Kg). O consumo per capita de café torrado e moído caiu 1,6% entre novembro de 2021 e outubro de 2022, ante novembro de 2020 e outubro de 2021: de 4,84 Kg por habitante/ano para 4,77 Kg por habitante/ano. As empresas associadas à Abic registraram uma queda de 1,70% no processamento do grão período, de 14,705 milhões de sacas de 60 Kg para 14,454 milhões de sacas de 60 Kg. O reajuste médio do quilo do café no País, em Reais, no varejo (produto tradicional), no ano passado, foi de 35,4%. O aumento foi consequência do repasse do aumento da matéria-prima que vem desde 2021.

Já a matéria-prima (café, arábica, bebida dura, tipo 7) apresentou queda de 27,7%, em Reais por saca de 60 Kg. No entanto, em 2021, enquanto o reajuste do produto no varejo foi de 51,1%, a matéria-prima subiu 137%. Em 2022, o consumo de todos os tipos de café nos canais de comercialização (varejo e no atacarejo) foi de 15,520 milhões de sacas de 60 Kg. Em 2021 este volume foi de 15,458 milhões de sacas de 60 Kg, representando um aumento de 0,4%. Por categoria, as vendas de café Tradicional/Extraforte corresponderam a 89,3% (13,854 milhões de sacas de 60 Kg), do total das vendas no varejo e atacarejo em 2022. O desempenho é 0,45% superior ao ano anterior, quando essa categoria representava 13,792 milhões de sacas de 60 Kg. Na demais categorias, a pesquisa mostra que o café Superior representou no ano passado 708,3 mil sacas de 60 Kg, ante 562,5 mil sacas de 60 Kg em 2021.

Café em cápsula correspondia a 395,8 mil sacas de 60 Kg no ano passado em comparação com 375 mil sacas de 60 Kg em 2021, enquanto grão Gourmet/Especial representava 125 mil sacas de 60 Kg em 2022 ante 104,2 mil sacas em 2021 de 60 Kg. O faturamento do café Tradicional/Extraforte foi de 72% do total (R$ 22,008 bilhões), seguido do café em cápsulas que foi de 14,8% (R$ 4,533 bilhões) do total em 2022. A Abic observa que monitora as vendas no varejo, por meio de cerca de 1 milhão de notas fiscais/mês, coletadas em check outs de todo o Brasil, com o sistema da Hórus. A Abic informa, ainda, que está reestruturando seus Programas de Certificação, motivada pela Portaria SDA 570/2022, responsável por estabelecer o padrão oficial de classificação do café torrado, e que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2023.

Entre as principais mudanças, os produtos que não atingirem os requisitos mínimos de qualidade, exigidos pela norma, poderão ser comercializados e deverão ser identificados, na embalagem, como “Fora de Tipo”, entretanto, estes produtos não receberão o Selo da Abic. Somente produtos acima do nível mínimo de qualidade serão certificados. Além disso, a regulação dá espaço para a atuação de órgãos de defesa do consumidor, como Procons e o Ministério Público (MP), agirem contra denúncias de fraude no produto. Para acompanhar as novidades do segmento, a Abic relata que passou a ser uma entidade credenciada pelo Ministério da Agricultura para realizar a classificação do café torrado e moído. As novas mudanças nos Programas de Certificação vêm ao encontro do compromisso assumido há 50 anos pela Abic em prol de ações que visam a melhoria contínua do café, a defesa e o respeito ao consumidor e, ainda, pela segurança alimentar.

A queda de mais de 1% do consumo de café entre os brasileiros entre novembro de 2021 e outubro de 2022 está associada à inflação e à redução do poder aquisitivo da população. No último quadrimestre, houve uma correção associada ao acúmulo da inflação. Houve também um crescimento das vendas no varejo, explicada pelo crescimento do consumo fora do lar. É natural que, com a correção da inflação em 2023, haja crescimento do consumo interno. Para 2023, a expectativa é de recuperação desse patamar. Nestes primeiros meses de 2023, houve uma "queda de braço" entre compra e oferta da matéria-prima. Para os próximos meses, existe uma possibilidade de aumento dos preços nos mercados internacionais por causa da restrição da oferta. A Abic não enxerga grandes ofertas e sim uma entrega muito justa. Do lado dos custos, ainda há muito o que recuperar. A conta ainda não se equilibrou para o industrial. Os custos com matéria-prima compõem 70% dos preços totais do café. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.