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02/Mar/2023

El Niño poderá prejudicar a oferta global de café

Segundo a HedgePoint, uma das principais preocupações do mercado de café para 2023 está relacionada ao clima, principalmente com a perspectiva de ocorrência do fenômeno El Niño, já no segundo trimestre. O clima tem sido um dos principais fundamentos que impulsionaram as mudanças na oferta no mercado de café nos últimos três anos, se não o principal. Na América Central, em particular, as temperaturas tendem a ser mais altas do que a média durante os meses de florada e desenvolvimento dos frutos, e a precipitação tende a ficar abaixo da média, especialmente no trimestre de junho a agosto.

O risco reside no fato de que a florada pode ocorrer conforme o esperado, mas as chuvas que deveriam ocorrer durante o enchimento dos frutos podem vir abaixo do normal. Isso pode levar a cerejas menores e, consequentemente, rendimentos mais baixos. Para simular o possível impacto que o El Niño pode ter no próximo ciclo, foi considerada a média histórica do fenômeno, usando como modelo Honduras, principal produtor da América Central. Em dois ciclos, o desenvolvimento dos cafezais de Honduras foi diretamente afetado por um El Niño ativo: 2002/2003 e 2015/2016.

No primeiro ciclo, a produção caiu 11%; no segundo, aumentou 13%. Mas, destaca-se que a região estava se recuperando da ferrugem do café, inflando as taxas de crescimento de 2013/2014 a 2016/2017. Na média, considerando todos os anos safras afetados pelo El Niño ou status neutro-positivo, a produção do país caiu 3%. Isso poderia significar um impacto de menos 833 mil sacas de 60 Kg no ciclo 2023/2024, o que efetivamente colocaria o balanço de oferta e demanda em déficit global, indo de mais 600 mil sacas de 60 Kg para menos 200 mil sacas de 60 Kg. No médio prazo, um El Niño ativo pode diminuir a probabilidade de geadas no Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.