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24/Fev/2023

Estimativa para safra brasileira de café 2023/2024

Segundo o Itaú BBA, a produção brasileira de café em 2023/2024 pode alcançar 65 milhões de sacas de 60 Kg este ano, 3,8% maior em comparação com o ano passado. Desse total estimado, 42 milhões de sacas de 60 Kg são de arábica (+5,5%) e 23 milhões de sacas de 60 Kg são de conilon (+0,9%). Em sua primeira estimativa para a safra de café em 2023/2024, de janeiro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), projetou uma produção de 54,94 milhões de sacas de 60 Kg, 10 milhões de sacas de 60 Kg a menos ante a projeção do Itaú BBA. Mesmo neste ano de bienalidade negativa, a previsão inicial da Conab sinaliza uma produção 7,9% superior à colhida em 2022/2023, que fechou em 50,9 milhões de sacas de 60 Kg. Para o café arábica, as estimativas iniciais da Conab indicam safra de 37,43 milhões de sacas de 60 Kg de café arábica beneficiado, sendo 14,4% superior ao volume obtido em 2022. Mantendo constante a produção dos demais países produtores, o superávit entre produção e consumo ficará semelhante ao observado em 2022/2023, em cerca de 4,7 milhões de sacas de 60 Kg.

Neste cenário, o consumo global deve evoluir 1,5%. Com a próxima safra devendo ser maior, os preços tenderão a acomodar mais adiante, o que sugere cuidado e proteção das margens já que os custos subiram bastante. Nos próximos meses, entretanto, a disponibilidade de café ainda estará baixa, assim como as exportações e, caso o Real se aprecie, as cotações futuras do arábica na Bolsa de Nova York poderão avançar ainda mais. As cotações futuras do arábica ganharam força sobretudo após o rompimento da média móvel de 100 dias, o que levou os fundos não comerciais a cobrirem posições vendidas, tracionando ainda mais os preços. Além disso, assim como o observado em dezembro do ano passado, as exportações de café do Brasil em janeiro vieram 17% abaixo ante igual mês do ano anterior. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), os embarques de janeiro somaram 2,84 milhões de sacas de 60 Kg. Apesar do recuo maior nos últimos dois meses, a queda acumulada no ano safra (julho/2022-janeiro/2023) foi de 3,8%, puxada sobretudo pelos envios de conilon (-58%) enquanto o café arábica verde (que representa 86% do total exportado) cresceu 3,1%.

O clima excessivamente úmido nas regiões cafeeiras brasileiras desde dezembro, mas principalmente em janeiro e fevereiro, levantou preocupações em virtude do avanço de doenças e das dificuldades para realizar tratos culturais. Além das chuvas fortes, tem faltado dias de sol para a fotossíntese do cafeeiro. Apesar disso, o fruto ainda não está maduro e, consequentemente, não suscetível à queda, que seria o pior cenário. A melhora considerável das relações de troca entre café e as matérias primas dos fertilizantes sugere um momento oportuno para fixações de preço. Isso se deve principalmente às quedas do preço do insumo nos últimos meses, mas captura também a recente alta dos preços de café, garantindo os insumos necessários para o segundo semestre em bons termos de troca. Para o café conilon, cuja safra começa mais cedo, e com boa perspectiva, vale notar que o produto brasileiro voltou a abrir uma diferença grande frente à referência da Bolsa de Londres e ao Vietnã. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.