13/Dez/2022
Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as exportações de café do Brasil em novembro somaram 3,673 milhões de sacas de 60 Kg, 14,2% mais que em igual mês de 2021. A receita com essas vendas foi 39,9% maior, alcançando US$ 885,2 milhões, recorde histórico para novembro. No acumulado dos cinco primeiros meses da safra 2022/2023 (julho a novembro), os embarques do produto brasileiro totalizam 16,051 milhões de sacas, aumento de 1,7% ante igual período da temporada anterior. Quando se analisa os ingressos financeiros obtidos com os embarques, observa-se o segundo melhor desempenho da história, atrás apenas do mesmo período da temporada 2011/2012, com a receita chegando a US$ 3,847 bilhões e apresentando incremento de 43,6% ante idêntico intervalo anterior. O resultado reflete consumo global aquecido e a busca dos grandes importadores pelos cafés do Brasil.
O cenário logístico vem evoluindo de forma gradual nos últimos meses, permitindo ao País alcançar esse resultado em novembro. Entretanto, é importante ressaltar que ainda há grandes desafios e que estamos longe da condição de normalidade. De janeiro a novembro, o Brasil exportou 36,057 milhões de sacas de 60 Kg, queda de 1,8%. A receita cambial, de US$ 8,504 bilhões, é recorde histórico, com crescimento de 55,1% em relação aos US$ 5,483 bilhões obtidos em mesmo intervalo de 2021 e já supera, inclusive, os ingressos totais alcançados em todo o ano passado. No balanço do ano até o momento, observa-se melhor o impacto dos gargalos logísticos no volume das exportações, que estão um pouco inferiores às do ano passado. Esse desempenho também reflete a forte demanda da indústria nacional pelos cafés canéforas, que seguem mais competitivos que o arábica aos fabricantes brasileiros, tanto que as remessas de conilon e robusta ao exterior recuaram 60% de janeiro a novembro.
A receita recorde resulta do maior nível das cotações observadas neste ano, apesar das quedas recentes ocorridas nos mercados internacionais, e a taxa de câmbio favorável. O preço médio do café exportado pelo Brasil, em 2022 é de US$ 235,85 por saca de 60 Kg, 58% acima do valor médio observado em 2021, por exemplo. Nove dos dez principais compradores do café brasileiro elevaram o volume adquirido neste ano. Os Estados Unidos encabeçam a lista, com importação de 7,351 milhões de sacas, 3,3% mais que nos 11 meses de 2021, e 20,4% do total. A Alemanha comprou 4,4% mais, ou 6,331 milhões de sacas de 60 Kg. Na sequência, vêm Itália, com 3,110 milhões de sacas de 60 Kg (+18,6%/8,6% do total); Bélgica, com 2,760 milhões de sacas de 60 Kg (+11,8%/7,7% do total); e Japão, com a importação de 1,699 milhão de sacas de 60 Kg (-24,4%/ 4,7% do total). O café arábica segue como o mais exportado no acumulado deste ano, com 31,189 milhões de sacas de 60 Kg ao exterior, ou 86,5% do total.
De café solúvel foram embarcadas 3,392 milhões de sacas de 60 Kg, ou 9,4%. Na sequência, aparecem a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 1,434 milhão de sacas de 60 Kg (4%), e o produto torrado e torrado e moído, com 42.424 sacas de 60 Kg (0,1%). Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, responderam por 17,5% das exportações totais brasileiras do produto entre janeiro e novembro de 2022, com a remessa de 6,324 milhões de sacas de 60 Kg ao exterior. Esse volume representa queda de 9,4% na comparação com os 6,981 milhões de sacas de 60 Kg embarcadas pelo País no mesmo período do ano antecedente. O preço médio do produto diferenciado ficou em US$ 282,89 por saca de 60 Kg, com receita de US$ 1,789 bilhão nos onze meses, o que corresponde a 21% do obtido com os embarques totais. No comparativo anual, o valor é 42,4% maior do que o apurado no mesmo intervalo anterior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.