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07/Dez/2022

Brasil tem espaço para crescer no mercado global

Maior produtor e exportador de café do mundo, o Brasil tem ainda muito espaço a ocupar no mercado internacional. É o que conclui o estudo “Agronegócio do Café - Produção, Transformação e Oportunidades” feito pelo Departamento de Agronegócio da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp). Em 2020, para citar apenas um exemplo da grandeza desse mercado, a importação total de café, em grão, torrado, solúvel, entre outros produtos contendo qualquer proporção da commodity, foi de US$ 38 bilhões. A informação é da United Nations Comtrade Database (UN Comtrade), organização que registra e provê informações anuais e mensais sobre o fluxo comercial de mais de 170 países. Dos US$ 38 bilhões de café importado no ano passado, 14% tiveram origem do Brasil. Os 15 maiores importadores globais representam cerca de 70% do valor total importado. Entre os principais mercados globais, o Brasil tem boa participação nos Estados Unidos (17%), Alemanha (25%), Itália (26%), Japão (25%) e Bélgica (39%).

Ainda assim, há oportunidades para ampliar a participação do Brasil nesses mercados, mas, para isso, é necessária uma maior rede de acordos tarifários para os produtos beneficiados e elevar a importação de café verde de outras origens para a formação de blends, entre outras ações que permitam que o Brasil exporte mais produtos processados, de maior valor agregado. No mercado doméstico, o setor deve continuar estimulando tanto novas formas de preparo no consumo tradicional do lar, proporcionando praticidade, qualidade e experiência, quanto no consumo fora do lar, como uma experiência que reforça os laços de interação social. Também deve estimular às Certificações de Qualidade do Café e o aumento do consumo de todos os tipos de grãos tradicionais e especiais, com suas denominações por região geográfica e origem. Internamente, o setor tem relevante papel em termos econômicos e sociais.

O País hospeda 264 mil propriedades agrícolas de café espalhadas pelo Brasil, 1.050 unidades industriais de beneficiamento, e 826 estabelecimentos comerciais atacadistas especializados na distribuição do café. Juntos, representam importante elo de geração de emprego e renda no País, ocupando perto de 585 mil pessoas. O setor desembolsou R$ 1,44 bilhão em salários e remunerações no ano passado. Apenas a indústria de beneficiamento pagou, em 2020, mais de R$ 760 milhões em salários e mais de R$ 468 milhões em encargos trabalhistas e sociais, totalizando um gasto com pessoal de R$ 1,23 bilhão. Isso contribuiu e levou desenvolvimento aos municípios onde o setor está instalado. Além disso, a cadeia produtiva (produtor e indústria) proporcionou cerca de R$ 68 bilhões em valor bruto de produção. Soma-se o superávit comercial de US$ 6,3 bilhões, que, se convertido em reais, utilizando o câmbio médio de R$ 5,40 por dólar no ano de 2021, origina uma divisa de R$ 34 bilhões.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) atestam que o café brasileiro acessou 149 mercados em todo o mundo em 2021. De acordo com o levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as exportações acumuladas de janeiro a outubro de 2022 foram 57% superiores à receita de idêntico período de 2021, saindo de US$ 4,8 bilhões para US$ 7,6 bilhões. O volume caiu 4%, de 33,5 milhões de sacas de 60 Kg para 32,3 milhões de sacas de 60 Kg. Mas, os preços foram 63% maiores no período. As exportações representam cerca de 60% do volume da oferta agregada. O café verde em grão responde por mais de 90% do valor e volume exportado. O Brasil detém a liderança global nas exportações de café verde e é o segundo maior exportador de café solúvel do mundo. Essa posição destacada do setor cafeeiro brasileiro no mundo tem em sua raiz a importante transformação pela qual passou nos últimos anos, com investimentos em melhores técnicas de manejo e cultivo, melhoramento genético e na infraestrutura das propriedades.

Esse movimento teve reflexos positivos na atividade na última década. Houve queda de 12,3% na área em produção de café no Brasil, saindo de 2,10 milhões de hectares para 1,84 milhão de hectares. Mas, esse recuo na área foi compensado pelo aumento do número de árvores de café, que passou de 6,41 bilhões de árvores para 7,19 bilhões, incremento de 12,1%. Paralelamente, houve crescimento médio de 42,5% na produtividade (sacas de 60 Kg por hectare) e de 19,8% no adensamento do número de árvores por hectare. O estado de Minas Gerais detém a liderança absoluta nos principais indicadores do segmento, com 55% da produção. São Paulo ocupa a terceira posição em termos de área plantada, pés de café e produção agrícola (10,9%), ficando atrás do Espírito Santo, com 21,8%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.