25/Nov/2022
A recente queda nos preços do café pode ser revertida em breve, levando a possíveis ganhos de até 25% nas próximas semanas. As cotações vêm operando em baixa por um longo período, influenciadas pelo colapso da moeda vietnamita, além de uma perspectiva considerada excessivamente otimista para a safra brasileira. Apesar de não ser tão expressiva, a tendência de alta para até 200,00 centavos de dólar por libra-peso é significativa o suficiente para entrar no radar dos investidores. Os preços do grão sofreram uma queda significativa nos últimos meses. De acordo com o TradingEconomics.com, os grãos de arábica foram vendidos recentemente por cerca de 160,00 centavos de dólar por libra-peso, queda de 34% em comparação com a alta recente de 243,00 centavos de dólar por libra-peso em 25 de agosto. Isso pode ter acontecido por dois motivos em especial.
Um deles é a diminuição da preocupação com a escassez de oferta em relação ao ano passado, quando a safra foi atingida por um clima desfavorável. A primavera no Brasil trouxe uma fantástica época de floração dos cafeeiros, que pode ser a melhor desde 2019. Uma boa temporada de floração é um passo fundamental para uma safra favorável o que, por sua vez, levou os traders a terem uma perspectiva de baixa para os preços. Outro fator baixista para o grão foi o dólar fortalecido ter levado produtores de café robusta do Vietnã a vender sua safra em massa, causando uma queda nos preços do grão. Segundo a ETF Teucrium, a valorização do dólar é um incentivo para os agricultores venderem suas colheitas porque obtêm mais em termos de moeda local. Eles veem os grãos em mãos como dólares não convertidos. O Vietnã perde apenas para o Brasil na produção de café.
No entanto, o colapso dos preços não reflete a realidade. O mercado ainda não tem uma oferta abundante, de forma que os suprimentos de café levarão cerca de um ano para voltar ao normal. E é isso que falta aos especuladores. Outro fator altista é que os preços à vista do café em grão no Brasil estão agora mais altos do que os preços futuros. Isso tende a ser um sinal de que a perspectiva de baixa dos preços acabou. No entanto, também é preciso levar em conta que, como em qualquer mercado de commodities, os riscos são sempre inúmeros. Para o café não poderia ser diferente. Mudanças inesperadas no clima podem mudar qualquer previsão, assim como variações nos valores das moedas e questões geopolíticas. Ainda assim, para a Teucrium, as chances de novas baixas são poucas. A desvantagem daqui deve ser limitada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.