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24/Nov/2022

SP: região de Garça obtém a Indicação Geográfica

Cafeicultores da região de Garça (SP) estão festejando a concessão de registro da Indicação Geográfica (IG) para o produto cultivado em 15 municípios do centro-oeste. A IG é uma Indicação de Procedência que reconhece a região como um dos maiores polos produtores de café do estado de São Paulo, além de vincular o produto à história e ao desenvolvimento regional. A cafeicultura é praticada por mais de 400 famílias só dessa região. O anúncio da IG foi feito na terça-feira (22/11) na revista do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), órgão vinculado ao Ministério da Economia e que concede esse tipo de registro. De acordo com a Superintendência Federal de Agricultura no Estado de São Paulo (SFA-SP), o trabalho para o reconhecimento começou em 2016 com as fases de prospecção e sensibilização com os produtores. Foram várias reuniões e discussões até que o conceito fosse internalizado. O gestor da IG é o Conselho do Café da Região de Garça (Congarça), que protocolou o pedido no Inpi em outubro de 2020.

O Congarça afirmou que a IG confere ao café da região características únicas. Somente nessa região é possível produzir esse café, em função do solo, do clima, da geografia e de outros fatores que só ocorrem localmente. Caberá ao Congarça a tarefa de capacitar os produtores da região e verificar se eles estão aptos a utilizar o selo com a Indicação de Procedência. Entre essas características únicas estão um café encorpado, com acidez equilibrada, doçura natural com notas de chocolate e caramelo, às vezes frutado e cítrico. É um café com retrogosto, que é aquela permanência do gostinho do café no fundo da garganta por um tempo. A qualidade do café da região foi atestada, mas agora será necessário dar continuidade a um intenso trabalho de campo para orientar os produtores sobre a secagem, os tratos pós-colheita, os produtos que podem ser utilizados e a participação em concursos de qualidade. Haverá um trabalho de conscientização para que os produtores se enquadrem. Os compradores agora já sabem que na região existem bons cafés, A IG vai agregar valor ao café da região.

A qualidade vai melhorar ainda mais porque existem exigências a serem cumpridas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Divisão de Projetos de Indicação Geográfica, ajuda na identificação de produtos e regiões potenciais para registro e na realização de levantamentos, estudos e diagnósticos sobre as cadeias produtivas potenciais. Com esta concessão, o Brasil chega a 107 Indicações Geográficas registradas no INPI, sendo 32 Denominações de Origem (23 nacionais e 9 estrangeiras) e 75 Indicações de Procedência (todas nacionais). A conquista da indicação de procedência foi o primeiro passo para o café da região, mas não será o último. Os produtores da região já se mobilizam para obter daqui a dois anos outro tipo de IG, a Denominação de Origem. A indicação de procedência é um reconhecimento de uma região que, historicamente, sempre cultivou aquele produto. Já a denominação de origem confere ao produto uma característica única, um sabor inigualável, que nenhuma outra região consegue.

Uma das denominações de origem mais famosas é o champagne. A região de Champagne, na França, é a única no mundo que pode utilizar esse nome aos seus espumantes. Esse tipo de indicação geográfica é muito valorizado na União Europeia. Se a IG conquistada agora poderá favorecer produtores de 15 municípios (Garça, Gália, Vera Cruz, Marília, Alvinlândia, Álvaro de Carvalho, Duartina, Cafelândia, Pirajuí, Júlio Mesquita, Guarantã, Ocauçu, Lupércio, Lucianópolis e Fernão), o avanço em relação à denominação de origem deverá restringir essa certificação a um grupo reduzido de cidades, sem que o grupo atual perca esse diferencial da IG já reconhecida. No dossiê feito para obter a IG, o Congarça levantou que a primeira exportação de café da região de Garça ocorreu em 1968. Nesses 54 anos, a região já exportou para mais de 20 países. A expectativa, com a IG, é abrir novos mercados e valorizar a produção regional. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.