30/Set/2022
O Rabobank projeta déficit global de café de 5,8 milhões de sacas de 60 Kg e 1,3 milhões de sacas de 60 Kg para os ciclos 2021/2022 e 2022/2023, respectivamente. O cenário é favorável para preços elevados, porém, a expectativa de uma boa safra brasileira em 2023/2024, se o clima permitir, pode limitar novas altas. A projeção de oferta global dos ciclos 2021/2022 e 2022/2023 foi reduzida, para 161,2 milhões de sacas de 60 Kg e 169 milhões de sacas de 60 Kg, respectivamente.
No Brasil, o destaque são os baixos volumes de café nas mãos dos exportadores, uma vez que a colheita está praticamente encerrada. Isto está ocorrendo porque o produtor, bem capitalizado, está aguardando preços mais altos para comercializar o café e, principalmente, por causa de uma quebra de produção acima das expectativas. Em relação ao consumo global de café, a projeção de crescimento para o ciclo 2021/2022 é de apenas 1,4% em comparação com 2020/2021, em 167 milhões de sacas de 60 Kg.
Apesar dos bons dados de demanda em regiões não-produtoras no 1º semestre de 2022, os efeitos da guerra, a crise energética na Europa, riscos de recessão econômica e alta inflação em regiões consumidoras, trazem preocupações quanto à demanda. No Brasil, houve uma florada precoce no mês de agosto (Sul de Minas - MG e Alta Mogiana - SP) e, em setembro, chuvas nas principais regiões produtoras de café arábica desencadearam uma nova onda de floradas.
A manutenção das chuvas será importante. No Vietnã, o tufão Noru deve provocar impacto na colheita, que era previsto para iniciar em meados de outubro. Ressalta-se o índice WCI, de custos dos fretes conteinerizados, que diminuíram 57% nos últimos 12 meses. Porém, ainda são reportados desafios nos embarques de café brasileiros para os Estados Unidos. Outro ponto de atenção é a crescente a preocupação de torrefadores europeus em antecipar a torra do café dado o potencial corte de gás durante o inverno. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.