03/Ago/2022
Uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) acaba de anunciar a geração de dados do genoma completo do bicho mineiro (Leucoptera coffeella), considerada a pior praga dos cafezais. Estima-se que o mal seja responsável por comprometer a qualidade dos grãos e de provocar perdas entre 30% e 70% da produção. Na fase de lagarta, o inseto é capaz de devorar uma planta inteira, sem dificuldades. A escassez de informações mais detalhadas sobre a sequência genômica do inseto-praga (uma minúscula mariposa de apenas um milímetro de comprimento) era, até o momento, o principal obstáculo para realizar o controle.
Segundo a Embrapa, havia dificuldade para driblar o mecanismo de resistência do bicho mineiro aos inseticidas disponíveis no mercado que, além de funcionarem apenas por uma ou duas safras (tempo suficiente para a praga se tornar resistente), acabavam provocando impacto no meio ambiente. Agora, com os dados do genoma (conjunto completo dos genes da praga) e transcriptoma do inseto (genes em uso pelo inseto) será possível analisar órgãos, tecido ou linhagem celular, que permitirão desenvolver estudos moleculares de genes alvo para controle da praga. A geração do genoma completo possibilita desenvolver soluções tecnológicas com ação biocida.
O projeto "MinerControl: identificação de ativos biotecnológicos para controle do bicho mineiro por aplicação tópica de nanossistemas" atenderá um maior número de cafeicultores, inclusive aqueles dedicados à produção orgânica, que ainda não têm alternativas eficientes no combate à mariposa, relatada pela primeira vez no Brasil, em 1851. Para se ter uma ideia da importância dessa fase do projeto, do total de 39.930 genes que compõem o genoma do bicho mineiro, 9 mil eram totalmente desconhecidos. Após o genoma do bicho mineiro, os pesquisadores prosseguem com as demais etapas do projeto, que apontará não só biocidas contra a praga, mas também um conjunto de soluções tecnológicas que poderão ser usadas entre si ou com outros defensivos como parte de sistemas de manejo integrado de pragas do cafeeiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.