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18/Jul/2022

Café Solúvel: exportação avançou no 1º semestre

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), a exportação brasileira de café solúvel atingiu receita cambial de US$ 323,501 milhões no primeiro semestre deste ano, o que corresponde a um aumento de 34,6% em comparação com igual período de 2021 (US$ 240,426 milhões). O volume embarcado, no entanto, registrou queda de 2,2% no período, de 1,914 milhão de sacas de 60 Kg para 1,873 milhão de sacas de 60 Kg. O desempenho até agora surpreende, principalmente em volume, que recuou pouco diante das expectativas. O resultado aferido no primeiro semestre é interessante diante da crise logística no comércio marítimo global e dos mais de quatro meses de conflito entre Rússia e Ucrânia. No primeiro semestre, a guerra fez com que as importações russas e ucranianas de café solúvel do Brasil caíssem, juntas, quase 126 mil sacas, potencializando um declínio previsto em virtude dos gargalos logísticos.

Em contrapartida, as indústrias brasileiras ampliaram, de 45% a até 534%, suas vendas a outros 24 mercados, com destaque para Mianmar, Canadá, Reino Unido e Colômbia, que figuram entre os 10 principais destinos do produto nesses seis meses. Sobre o desempenho dos embarques para a China, foi destacado que os chineses vêm ampliando paulatinamente suas importações do solúvel brasileiro e, atualmente, ocupam a 28ª posição no ranking dos principais parceiros. De janeiro ao fim de junho, o país asiático adquiriu 14.575 sacas de 60 Kg do produto, apresentando um crescimento de 148,3% frente ao primeiro semestre de 2021. Um dos motivos para o desempenho alcançado até o momento é a capacidade de produção e obtenção de novos clientes das indústrias nacionais de café solúvel, aliada a uma leve melhora logística, o que permite que o Brasil siga honrando seus compromissos e mantendo seu market share, lembrando que essa performance ainda é resultado das comercializações fechadas ao longo de 2021.

Apesar do desempenho acima do esperado, a continuidade dos gargalos logísticos, dos altos custos da matéria-prima e, em especial, dos impactos da guerra faz com que o segmento permaneça apreensivo e preocupado. A apreensão aumenta quanto ao desempenho do segundo semestre, pois são vendas efetivadas no fim de 2021 e início de 2022, que incorporam os custos maiores dos cafés robusta e arábica, com impacto direto na competitividade internacional dos produtos brasileiros. Não há um cenário nítido para o futuro sobre logística, custos e guerra. É preciso seguir monitorando constantemente e procurando soluções para mitigar os significativos impactos destes fatores. No primeiro semestre de 2022, o Brasil exportou seus cafés solúveis a 104 países, com os Estados Unidos sendo o principal cliente. Os norte-americanos importaram 386.015 sacas de 60 Kg até o fim de junho, o que representa 20,6% do total.

Na sequência, vêm Argentina, com 154.137 sacas de 60 Kg (8,2%); Indonésia, com 136.755 sacas de 60 Kg (7,3%); e Japão, com 94.688 sacas de 60 Kg (5,1%). A Rússia, ainda segurada pelas importações feitas antes da guerra, fecha o “top 5” dos principais parceiros comerciais do café solúvel nacional. Nos seis primeiros meses deste ano, com representatividade de 5% das exportações totais, os russos compraram 94.103 sacas de 60 Kg, volume que implica queda de 44,5% na comparação com as 170 mil sacas de 60 Kg observadas no mesmo período de 2021. O consumo de café solúvel no Brasil, de janeiro ao fim do mês passado, avançou 0,2%. Os brasileiros consumiram o equivalente a 478.998 sacas de 60 Kg, levemente acima das 478.182 sacas de 60 Kg registradas no primeiro semestre do ano passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.