27/Nov/2025
Elevar entre 5% e 10% o consumo interno de arroz é o objetivo que a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) pretende alcançar nos próximos cinco anos. Para tanto, lançou, recentemente, a campanha "Arroz Combina", que busca valorizar o cereal, despertando novamente o interesse do brasileiro pelo alimento, ao demonstrar sua versatilidade e as várias possibilidades de combinações. A iniciativa é crucial em um momento de desequilíbrio de mercado, com excesso de oferta e preços em queda. A campanha é uma iniciativa da Abiarroz, no sentido de tentar promover o arroz no Brasil, valorizar e incentivar o consumo. O consumo interno, embora tenha diminuído historicamente nas últimas décadas por mudanças de hábito, está estabilizado em torno de 10,5 milhões a 11 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O problema recente foi uma safra cheia no Brasil, com 12,8 milhões de toneladas em 2024/2025, e no mundo, o que gerou excesso de produto e, consequentemente, sua desvalorização, com preços ficando abaixo do custo de produção.
A situação foi agravada pelo aumento da produção no Mercosul (Paraguai, Argentina e Uruguai) e pela volta de competidores como a Índia ao mercado global. Apesar de o setor ser tradicionalista e avesso a modernidades, a campanha de promoção do arroz surgiu da percepção de que se a agroindústria não fizer nada agora pode ser que daqui a cinco ou dez anos, qualquer iniciativa nesse sentido seja tardia. Isso motivou o engajamento na campanha “Arroz Combina". Para viabilizar a ação, a entidade criou o Fundo Arroz, custeado pelos próprios associados da Abiarroz. A campanha é complementar ao trabalho de exportação do excedente do grão produzido no Brasil e que não há ameaça de desabastecimento. O foco da Arroz Combina é mostrar a versatilidade do grão e, com isso, impulsionar o consumo. O arroz não é só arroz e feijão. Ele combina com várias outras coisas. O setor deixou de criar essa conexão com o consumidor, sem comunicar os benefícios do arroz para a saúde, os benefícios econômicos e sociais.
O arroz tem nutrientes de complexo B, magnésio, selênio e é um carboidrato que contribui para o metabolismo energético do corpo. A necessidade de receitas e comprovação dos benefícios são pontos-chave levantados em pesquisas de consumo que a Abiarroz utiliza como base para a campanha, que hoje é veiculada por intermédio de influenciadores e mídias. Entretanto, o aumento do consumo de arroz no País é um processo de médio a longo prazo. O Brasil tem bons estoques de passagem, em torno de 2 milhões de toneladas ao fim de 2025, e a capacidade de resposta do setor é grande, podendo aumentar a produção em curto prazo, se necessário, garantindo a segurança alimentar do País. A entidade também mantém diálogo com o governo e a Conab, buscando não só medidas em momentos de crise de preço, como agora, mas também políticas estruturantes para a sustentabilidade da cadeia, como o apoio à abertura de mercados externos, caso da China, que está em negociação, e do Peru, hoje o maior destino de exportação do arroz. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.