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14/Nov/2025

Preços globais do arroz continuam pressionados

Em outubro, os preços mundiais do arroz caíram 3% em um mercado que continua afetado pelo excesso de oferta de exportação e fraca demanda mundial, após a retirada de grandes compradores como Indonésia e Filipinas. Além disso, os importadores esperam mais quedas nos preços após as boas safras anunciadas nas principais regiões produtoras da Ásia. As quedas nos preços foram mais significativas na Tailândia e no Paquistão, bem como no Mercosul. Em contraste, a queda foi mais moderada na Índia e, sobretudo, no Vietnã, de apenas 1%. Nos Estados Unidos, os preços permaneceram estáveis em geral, mas a tendência é de queda em novembro.

Em um ano, os preços mundiais caíram em média 35%, atingindo seu nível mais baixo desde 2015. Prevê-se que a tendência de queda continue, pelo menos até o início de 2026. Além disso, a concorrência entre os exportadores deve se intensificar nas próximas semanas e meses. Cabe perguntar: quando os preços mundiais atingirão o “fundo do poço”? A Índia, que conta com estoques abundantes, está preparando novos contratos com países do Oriente Médio e do Sudeste Asiático. Também está buscando novos mercados potenciais, entre eles o Japão e o México. Atualmente, a Índia representa mais de 40% das exportações mundiais e os exportadores indianos têm como objetivo aumentar ainda mais sua participação no mercado.

Na Índia, os preços do arroz caíram 3% em outubro após um período de relativa estabilidade. A demanda externa continua moderada e o país precisará liberar espaço para armazenar a nova safra que está chegando. Espera-se que aumente consideravelmente após uma monção abundante. As perspectivas de exportação para a safra 2025/2026 apontam para volumes entre 23 e 24 milhões de toneladas, equivalentes a 40% das exportações mundiais. Em outubro, o arroz indiano 5% marcou uma média de US$ 364,00 por tonelada FOB, contra US$ 375,00 por tonelada em setembro. O arroz parboilizado caiu para US$ 350,00 por tonelada, contra US$ 359,00 por tonelada em setembro. No início de novembro, os preços continuam pressionados.

Na Tailândia, os preços caíram significativamente 5% em outubro devido à oferta interna abundante e à fraqueza do baht em relação ao dólar. A demanda africana e do Oriente Médio está relativamente baixa. Enquanto isso, o Vietnã e a Índia continuam exercendo uma forte concorrência. No entanto, as exportações tailandesas em setembro aumentaram, atingindo 764.000 toneladas contra 739.000 toneladas em agosto, mas ainda apresentam um atraso de 22% em relação a 2024 na mesma época. Em 2025, as vendas externas podem atingir 8,2 milhões de toneladas, contra 10 milhões de toneladas em 2024. Em outubro, o preço médio do arroz tailandês Thai 100%B foi de US$ 346, ,00 por tonelada contra US$ 366,00 por tonelada em setembro. O arroz parboilizado foi negociado a US$ 349,00 por tonelada, contra US$ 365,00 por tonelada em setembro. Em contraste, o arroz quebrado A1 Super manteve-se relativamente estável, a US$ 319,00 por tonelada. Em novembro, os preços se mantêm estáveis.

No Vietnã, os preços tiveram quedas moderadas em outubro, mas a demanda internacional continua limitada. Em outubro, as exportações atingiram apenas 430 000 toneladas, contra 467 000 toneladas em setembro. Desde a suspensão das importações das Filipinas, seu principal mercado, as vendas mensais do Vietnã caíram quase 50%. No entanto, as perspectivas de exportação permanecem relativamente otimistas, podendo atingir 8,4 milhões de toneladas, contra 9,1 milhões de toneladas em 2024. Em outubro, o arroz Viet 5% marcou uma média de US$ 373,00 por tonelada, contra US$ 377,00 por tonelada anteriormente. O Viet 25% manteve-se a US$ 355,00 por tonelada. Em novembro, os preços apresentam tendência de queda.

No Paquistão, os preços do arroz caíram significativamente, entre 5% e 6% em outubro, atingindo o nível mais baixo desde 2016. Também sentem impacto da queda das exportações devido à mitigação da demanda mundial. Em setembro, as exportações atingiram 167.325 toneladas, contra 252.306 toneladas em agosto, o que representa uma queda de 22% em relação a 2024 na mesma época. As exportações podem não ultrapassar 5 milhões de toneladas em 2025, contra 6,5 milhões de toneladas em 2024. Em outubro, o Pak 5% foi cotado a US$ 340,00 por tonelada, contra US$ 357,00 por tonelada em setembro. Em novembro, os preços devem se estabilizar.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz permaneceram, em geral, estáveis em outubro. No entanto, desde o final do mês passado, os preços estão com tendência de queda, apesar de uma oferta limitada devido às más condições climáticas que afetaram os Estados produtores do sul. As exportações continuam marcando um atraso de 25% em relação a 2024 na mesma época. Em outubro, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 permaneceu estável em US$ 600,00 por tonelada. No entanto, em novembro, o preço registra queda significativa para US$ 570,00 por tonelada, o nível mais baixo desde janeiro de 2020. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.