ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/Aug/2025

Supermercados: consumo nos lares sobe em julho

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo nos lares brasileiros avançou 4% em julho na comparação com igual mês de 2024. Frente a junho, a alta foi de 2,41%, enquanto no acumulado do ano o indicador registra crescimento de 2,66%. Os números são deflacionados pelo IPCA do IBGE e abrangem todos os formatos de supermercados. O resultado reflete um consumo mais sólido, sustentado pela melhora da renda e do mercado de trabalho. Apenas no recorte mensal que o mês de julho costuma apresentar retração por causa das férias escolares, quando muitas famílias optam por consumir fora de casa. Mas, neste ano, esse efeito foi menos intenso. A taxa de desemprego caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho, o menor nível desde 2012, contra 6,9% um ano antes. O rendimento real habitual chegou a R$ 3.477,00 alta de 3,3% sobre 2024.

Essa melhora também impactou o Bolsa Família: quase 1 milhão de famílias deixaram de receber o benefício em julho, mas a migração para renda do trabalho não reduziu o consumo. Outros fatores reforçaram as compras no mês, como o pagamento de R$ 10 bilhões em restituições do Imposto de Renda, a liberação de R$ 2,3 bilhões em requisição de pequeno valor (RPVs) do INSS e o saque do PIS/Pasep, que ao longo do ano deve injetar R$ 30,7 bilhões na economia. No Abrasmercado (cesta com 35 produtos de largo consumo) os preços recuaram 0,78% em julho ante junho, puxados por quedas em arroz, feijão e hortifrúti. Foi a segunda retração seguida e, pela primeira vez no ano, todas as regiões do País registraram recuo nos preços. O resultado reflete um quadro em que 29 dos 35 itens pesquisados apresentaram queda ou oscilações de baixa intensidade, entre -0,50% e +0,50%, enquanto apenas 6 itens registraram altas acima desse limite.

As variações observadas foram de baixa intensidade e ainda não configuram estabilidade de preços. Para isso, é preciso acompanhar esse comportamento ao longo dos próximos meses. O valor médio da cesta passou de R$ 819,81 para R$ 813,44. No recorte da cesta de alimentos básicos, composta por 12 itens, o preço médio nacional apresentou queda de 0,44% em julho, passando de R$ 353,42 para R$ 351,88. Medidas como a antecipação da isenção de impostos sobre itens da cesta básica e a redução da taxa Selic seriam importantes para minimizar efeitos do tarifário anunciado pelo governo dos Estados Unidos. O juro em patamar elevado pressiona custos internos e a inflação, enquanto a desoneração de alimentos poderia fortalecer o consumo doméstico. Há precedentes no Brasil de políticas que estimularam o consumo interno em momentos de restrição externa, como o embargo russo à carne suína há duas décadas, que impulsionou a demanda local do produto.

Na medida em que setor e governo se unem para incentivar o consumo interno, é possível superar esse tipo de barreira. Apesar das discussões em torno do tarifaço dos Estados Unidos, ainda não há temor generalizado entre supermercadistas, mas existe preocupação com possíveis impactos no emprego do setor produtivo. Ainda não há reflexos sobre os preços no varejo. É um momento de acompanhamento e de espera. Para o segundo semestre, o consumo deve ser sustentado por datas importantes do calendário, como o Dia das Crianças, a Black Friday e as festas de fim de ano, além da continuidade do pagamento de restituições do Imposto de Renda, repasses do Bolsa Família e do PIS/Pasep. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.