25/Jul/2025
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo nos lares brasileiros cresceu 2,83% em junho em relação ao igual período do ano passado. Na comparação com o mês de maio, o avanço foi de 1,07%, e no acumulado do primeiro semestre, alta de 2,63%. O resultado confirma a resiliência do consumo, mesmo diante da inflação elevada no grupo de alimentos e bebidas, que subiu 3,69% no semestre, acima da inflação geral de 2,99%. Ao longo do semestre, o consumidor pesquisou preços, trocou marcas, mas não reduziu o consumo em volume. Com a deflação de alguns alimentos e a melhora no mercado de trabalho, em junho as famílias migraram de itens mais baratos para opções intermediárias e, em alguns casos, de maior valor. Nas categorias de commodities e mercearia, a participação de produtos de menor preço recuou, enquanto os de preço médio e alto ganharam espaço. Entre os perecíveis, quase 60% do consumo já se concentra nas faixas de preço média e alta.
A tendência é que esse comportamento do consumidor verificado em junho se estenda para os meses seguintes. O mês também registrou a primeira queda em nove meses no Abrasmercado (indicador que acompanha 35 produtos de largo consumo). O valor médio da cesta passou de R$ 823,37 em maio para R$ 819,81 em junho, queda de 0,43%. No semestre, porém, os preços ainda acumulam alta de 3,18%. O movimento de consumo foi sustentado por "recursos extras" na economia, como o reajuste do salário-mínimo, a liberação de valores do FGTS, repasses do Bolsa Família e do Auxílio-Gás, além de restituições do Imposto de Renda e do pagamento antecipado do 13º do INSS. A pesquisa também mostrou variações regionais. A Região Sudeste liderou a queda no preço da cesta de 35 produtos, com recuo de 0,79% em junho. No recorte da cesta de 12 itens básicos, a retração foi de 0,48% no mês, puxada pela redução nos preços do arroz, óleo de soja e leite longa vida. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.